Vem do PSB de Carlos Amastha - que vai de Lula com Alckmin na vice – a mais recente movimentação de chapas proporcionais a federal nos últimos dias.
Depois de uma posse festejada e aclamada interna corporis, como um feito do partido – o que realmente é - Andrino tem se destacado nos debates na Câmara dos Deputados, especialmente nas comissões. Lá, sua militância que vem desde o movimento estudantil em Santa Catarina, sua passagem pelo PCdoB, as conexões que fez e as boas amizades, têm lhe credenciado a fazer um discurso de qualidade.
Que diferença de ambiente entre o que viveu na Câmara de Palmas, onde era “massacrado”, diuturnamente em tudo que tentava fazer, sabotado e agredido verbalmente com termos tão chulos que se fosse um parlamento sério, teria rendido a cassação de pelo menos um dos mandatos de colegas seus da época.
Tiago Andrino, num acordo horando pelo deputado federal e pré-candidato a governador Osires Damaso (PSC), tem mostrado que está qualificado para ser deputado eleito de fato e de direito como detentor da vaga e não apenas suplente.
Mas onde a vida e os acordos políticos oferecem uma oportunidade, o jogo político cobra seu preço.
Nos bastidores, corre que Andrino permanecerá até as eleições no mandato, o que lhe possibilita disputar a reeleição com a vantagem dos recursos que o partido nacionalmente oferece no fundo partidário aos que estão nesta condição. Algo como R$ 2,5 milhões do fundo partidário, legalzinho, depositado em conta.
Nas reuniões internas do partido é dado como certo que Tiago é pré-candidato ao lado de Carlos Amastha. Qualquer leitura de cenário mostra que nestas condições, os dois serão os mais votados da chapa proporcional, que tem outros nomes para engrossar o caldo. Na hipótese mais razoável, fazendo um, o PSB deve ter um dos dois vencedor e o outro, eleito na suplência.
Isso se a população não entender que é a mesma candidatura a de Amastha, o Carlos e a de Amastha, o Andrino, que assinou o nome do líder na disputa de 2020, a prefeito da capital.
Rastro de compromissos não cumpridos
O problema que se apresenta para os dois é a divisão dos votos, dos colégios eleitorais. Na capital, por ter sido ex-prefeito e ter mantido engajamento nas redes, postura crítica e sempre ativo na política, Carlos Amastha deve sair majoritário. A votação de Andrino neste universo é uma incógnita.
O outro problema, são os compromissos de campanha assumidos no interior, principalmente no Sul e Sudeste do Estado, e que não foram cumpridos com os grupos que apoiaram Tiago na disputa a federal. Há cidades que a coisa ficou tão ruim, que nem Amastha poderá chegar tranquilamente para pedir votos.
Isso força Andrino a trabalhar este ano, onde não trabalhou no passado. Ou onde a fatura foi quitada com líderes.
Outras possibilidades
Mas o PSB fez a lição de casa e terá outras possibilidades de excelentes votações se não deixar faltar combustível a outros pré-candidatos de sua nominata.
Destaco como alguém que pode surpreender a ativista negra, Thamires do SOMOS, a Tami Lima das redes sociais. Com um discurso forte e bandeiras poderosas para defender na esfera federal, ela corre por fora e tem boas chances para buscar negros, mulheres, homossexuais e todo o público do SOMOS em Palmas e nos grandes centros do Estado, onde a internet é ferramenta forte e o coletivo bastante conhecido.
A experiência do SOMOS inclusive tem inspirado outros grupos a se lançarem candidatos em mandato coletivo. Dentro do próprio PSB, vem aí, um coletivo de militares.
Luxemburgo cresce, mas se não ajudar sua chapa, não vai
O técnico de futebol aposentado, Wanderlei Luxemburgo, pré-candidato ao Senado tem surpreendido nas consultas internas feitas pelos partidos. É terceiro lugar disparado, sem enfiar a mão no bolso. Inclusive à frente do ex-senador Ataídes que tem chegado forte nos municípios, captando apoio de vereadores, via contrato.
Nas conversas que tem tido com pré-candidatos a vereador está oferecendo apenas a sua popularidade, em retorno ao apoio que possa deles receber, no agendamento de reuniões e apresentação de líderes.
Enquanto já figura acima de 10% e em terceiro lugar nas três principais cidades do Estado em peso eleitoral, Luxemburgo segue sem acertar acordos com os principais puxadores de voto do PSB. O que é um erro estratégico. Ninguém anda muito disposto a bancar despesas de pré-campanha, como deslocamento e tudo que envolve a organização de uma reunião, para carregar de graça o majoritário.
Problemas a parte, o certo é que baseando sua construção política em fortalecer um grupo e cumprindo os acordos que faz de rotatividade entre os suplentes, o PSB vai garantir sua fatia do bolo dos próximos mandatos. Na Assembleia Legislativa também... mas isto já é assunto para outra prosa.
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