Blog da Tum

Uma eleição plebiscitária: a escolha entre a civilização e a barbárie

Eleição para presidente marca diferença entre dois modelos de sociedade e escancara porque o Brasil precisa retomar marcos históricos civilizatórios.

Crédito: Divulgação

A frente suprapartidária em favor da eleição de Lula e Geraldo Alckmin no Tocantins recebeu ontem, oficialmente, o apoio do MDB, nas figuras do ex-prefeito de Palmas, Raul Filho, e do presidente de honra, Derval de Paiva. Dois baluartes simbólicos na política do Estado.

 

Raul, por ter sido o prefeito que quebrou a hegemonia política da antiga União do Tocantins, quando venceu as eleições na Capital, e rompeu o elo de dependência e subserviência que havia entre as gestões de Palmas e do governo do Estado.

 

Aquela vitória e a posterior gestão (com apoio dos recursos federais) avançando na Educação de Tempo Integral e na popularização dos serviços de Saúde - com construção de UPAs e fortalecimento do SUS pelos governos federais do PT - simbolizou o começo da “rebelião” política que quebrou a força, até então, invencível do grupo Siqueira.

 

Derval de Paiva, por sua vez, para além da poesia, é um símbolo do velho MDB, ideológico, resistente à ditadura. Por isso, independente de quantidade de votos que agregará, representa uma conjunção de forças de centro esquerda interessante no Estado.

 

Nesta frente está o PV de Marcelo Lelis, que tem também um dos braços fortes do governo Wanderlei Barbosa, o secretário Deocleciano Gomes Filho. Os dois estavam na reunião do comitê Suprapartidário. Déo, acompanhado de Morgana, atuante também no PV.

 

Alí representantes também de outros partidos, historicamente de direita, como o Solidariedade.

 

E o que está unindo as pessoas e fazendo com que se exponham, num momento tão acirrado da disputa, em que sabemos que a diferença poderá se dar de um a dois pontos percentuais, revelando um país mais que dividido, em guerra?

 

Diferença entre dois modelos de sociedade

 

Tomo emprestadas as palavras do pastor Ed Renè Kivitz, teólogo, conferencista e escritor. Em entrevista ao Podpax, que viralizou na internet na semana que passou, ele resume bem a eleição que estamos vivendo como “uma escolha pela sociedade que queremos”.

 

 

De um lado, diz Kivitz, estão os que pensam que branco é melhor do que negro, que heterossexual é melhor do que homossexual, que homem é superior à mulher, que rico é melhor do que pobre. Um conjunto de ideias que remonta ao Brasil do passado, sem direitos, sem equilíbrio social, sem políticas que promovam igualdade de oportunidades, sem reparo de dívidas sociais históricas.

 

É esta a escolha do dia 30 de outubro que se aproxima. Foi por entender perfeitamente estas questões, no que para muitos é só um discurso de “tiozão”de Jair Bolsonaro, que me posicionei, ainda no primeiro turno, em favor da eleição novamente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Justamente porque o Brasil precisa retomar marcos históricos civilizatórios. Por conta do inconformismo da direita na reeleição da presidenta Dilma Roussef - inocentada das acusações que serviram de subterfúgio para que sofresse um golpe político -, o Brasil pariu a extrema direita.

 

A ela se alinharam todos os que não gostam do PT por diversos motivos.

 

Não lhes tiro as razões, apenas reflito e com os que posso, chamo a atenção e converso, que o Brasil vai despencando num caminho muito ruim. Um retrocesso, que usa inclusive da crença religiosa para amarrar votos, misturar tudo num baú de perversidades em nome de um Jesus cuja mensagem de amor ao próximo, que está ficando claro, que não seguem.

 

Ao se alinharem num comitê suprapartidário, militantes partidários e pessoas fora da organização de partidos estão demonstrando em que acreditam e em qual sociedade escolherão neste segundo turno.

 

E ouso dizer: ainda bem que ainda temos uma liderança forte como Lula para se contrapor a tudo que aí está. Direita, centro-direita, centro-esquerda terão tempo para se organizarem como forças alternativas à polarização.

 

Mas agora, é hora de reafirmar marcos civilizatórios. E você, de que lado ficará?

Comentários (0)