Desde sexta-feira, 18, está prometida uma conversa entre os dois: Eduardo e Carlos Amastha - prefeito e ex-prefeito – pessoalmente para esclarecer tudo. Mentiras e verdades que alimentam a central de fofocas que cerca Eduardo Siqueira. De cada canto surgem “listas de traidores”. De gente que simplesmente atendeu ordens do interino, a quem de fato se mexeu para cavar espaço que não tinha (e não tem na gestão do prefeito eleito, os nomes e as estórias alimentam também o jogo de vaidades em torno do poder.
Um encontro rápido no SBT, onde Eduardo foi conceder uma entrevista e um telefonema antecipando insatisfações com o vereador, secretário da Zeladoria prepararam o caminho para o que pode vir nesta segunda: a escolha de Eduardo.
A sugestão de que Amastha entregue o cargo e volte para a Câmara como se nada tivesse acontecido, mantendo a relação com a gestão como aliado é bem improvável.
A escolha de Eduardo é processar tudo que ouviu, separar mentiras de verdades e seguir com pelo menos um dos dois partidos que lhe deram a sustentação mínima para chegar ao segundo turno ou acabar de vez com céu de brigadeiro e inaugurar uma oposição de nível na Câmara.
Para alguns interlocutores ouvidos pelo Blog, é disto que a gestão está precisando: oposição crítica e pontual que evite - ou pelo menos discuta melhor – a aprovação de projetos polêmicos como o sistema de ônibus implantado na cidade ou a aprovação da área portuária.
As mentiras
No rol das fofocas plantadas pelos adversários de Amastha - e que nunca suportaram sua proximidade com Eduardo ou seu espaço na gestão - está uma suposta articulação com Pastor Amarildo para assegurar o fortalecimento do vice-prefeito Carlos Velozo no cargo, ad eternum.
Pregam que Amastha se reuniu algumas vezes com Amarildo para articular isso e mais mudanças na gestão.
Entre elas uma suposta ida de Adir Gentil para o lugar de Sérgio Vieira Marques, o Soró. Adir, ao que se sabe tem vindo a Palmas a cada três meses para tratar de questões pontuais, e estava aqui na semana passada. Porém não tem qualquer possibilidade de assumir cargos na Capital, tanto pelo agravamento de saúde da esposa, quanto com novas questões do mesmo teor em família.
Outra mentira: que Cláudio Schuller estaria em Palmas, já se imiscuindo no dia a dia da Finanças para substituir Glauber. O que foi negado pelo mesmo no X, informando que há cinco anos não entra na prefeitura de Palmas, toca sua vida em Brasília. Total fake News que chegou a ser publicada na rede de influenciadores do prefeito enquanto esteve afastado.
As verdades
Circular com Carlos Velozo, por obras, praças e jardins - uma traição que se imputa a Amastha - verdade! Em sua defesa o secretário alega que tinha que tocar a pasta, e não paralisá-la, como outros fizeram, à espera de uma situação que não tinha data para ser resolvida.
Interlocução com fornecedores da prefeitura e pedidos feitos a eles. Verdade parcial. Sem pagamento de suas contas, numa situação de fragilidade financeira que a gestão escondia, a Global e a Montana além de não pagarem salários, suspenderam vale alimentação.
Num dos dias da semana passada era possível ouvir Amastha procurando conseguir liberar alimentação gratuita para os trabalhadores terceirizados, no Restaurante Comunitário.
Outros serviços de fornecedores estão suspensos, como o fornecimento de marmitas e a emissão de passagens aéreas. Por isso uma agenda do secretário da Zeladoria hoje em Brasília está cancelada.
A tensão subiu por exemplo entre Amastha e o diretor da Montana, que se negava a pagar os terceirizados sem receber. “Em nenhum lugar do contrato dele diz isso, que uma coisa está condicionada a outra. Fui na Delegacia Regional do Trabalho denunciá-lo”, comentou entre amigos semana passada.
Por fim, e ao cabo, o nome de Amastha já estaria no diário Oficial de sexta-feira e teria sido retirado de lá para que acontecesse a conversa pessoal, que deve ocorrer hoje e lavar a roupa suja da relação dos dois.
Ninguém duvida do que será Amastha limado publicamente e devolvido à Câmara no meio de um acordo político que foi feito durante a ausência temporária de Marcílio Ávila do País. A promessa era em 60 dias, Amastha de volta à Câmara e Marcílio de volta à Zeladoria.
Onde, note-se, esteve 80% das movimentações de obras: limpeza de ruas, construções a jato de praças nas quadras, revitalização do relógio do Sol e das flores (obra de Marcílio na gestão Amastha).
Enquanto hoje o grupo Cinthia Ribeiro tem certeza de que Junior Geo estaria no segundo turno com o apoio do ex-prefeito e seu grupo (que queria a indicação de Amanda Sobreira para vice do deputado tucano), o grupo de Eduardo parece esquecer-se do papel que tiveram Agir e PSB para cacifar o prefeito, então candidato do Podemos, ao segundo turno das eleições do ano passado.
Resta saber se o prefeito vai comprar esta briga, ou mais sereno, depois de cinco dias, possa avaliar que motivos haviam para que em 20 dias, tantas insatisfações se transformassem nos fatos que eclodiram com seu afastamento.
Os métodos da antiga União do Tocantins não funcionam mais, num mundo de política diversa e plural. E necessitam de mais habilidade e menos barulho no entorno para serem resolvidos.
A conferir...
Comentários (0)