Após destruição de imagens, Arquidiocese diz que igrejas têm sido furtadas

Em nota enviada na tarde desta segunda-feira, 19, a Arquidiocese de Palmas lamentou o ocorrido na praça e comunicou que as igrejas Católicas de Palmas vem sendo constantemente alvos de furtos

Imagens ficaram destruídas em praça de Palmas
Descrição: Imagens ficaram destruídas em praça de Palmas Crédito: Divulgação

Na tarde desta segunda-feira, 19, após a destruição da escultura de Nossa Senhora de Fátima, localizada na Praça Via Sacra, na quadra 308 Sul, em Palmas, a Arquidiocese de Palmas emitiu uma nota à imprensa afirmando que as igrejas vem sendo alvos de constantes roubos.

 

Conforme a nota, os fiéis também tem sofrido com a insegurança nos estacionamentos e arredores das igrejas. “Somente neste ano de 2016 foram registrados 63 casos, em 32 das 36 paróquias da nossa Arquidiocese”, comunicou. A Arquidiocese finaliza a nota conclamando aos fiéis a orarem pedindo paz “aos corações amargurados”.

 

Sobre as afirmações da Arquidiocese, referente aos roubos ocorridos nas igrejas e seus entornos, o Portal T1 Notícias entrou em contato com a Polícia Militar (PM) e aguarda o retorno.

 

Confira a nota na íntegra:

 

NOTA SOBRE ROUBOS, FURTOS, VANDALISMOS E INTOLERÂNCIAS RELIGIOSAS

 

A Arquidiocese de Palmas, no pleno exercício de sua missão, com dor na alma, lágrimas nos olhos e aperto no coração, sente-se no dever de comunicar aos fiéis, às pessoas de boa vontade, aos Meios de Comunicação e às Autoridades competentes, os constantes roubos e furtos de Igrejas, Casas Paroquiais e Centros Pastorais, bem como as profanações de sacrários e as destruições de imagens e de outros símbolos religiosos, como o que ocorreu nas imediações do Santuário Nossa Senhora de Fátima, em Palmas. E, ao mesmo tempo, comunicar os roubos de carros e outros danos ao patrimônio de pessoas, nos estacionamentos e entornos das nossas Igrejas. Somente neste ano de 2016 foram registrados 63 casos, em 32 das 36 paróquias da nossa Arquidiocese.

 

Intolerância religiosa é crime de ódio, inafiançável e imprescritível, que fere a liberdade e a dignidade humana. A base da religião é amor; da convivência fraterna, o respeito; e das relações sociais, a legalidade. Por que todo esse ódio? A quem interessa essas atitudes? E elas estão a serviço de que e de quem? Somos uma Igreja fundada e que vive dentro da legalidade. A liberdade de expressão e de culto é assegurada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal do Brasil. Além do mais, no Artigo 7º do Acordo Brasil - Santa Sé é dito textualmente: “A República Federativa do Brasil assegura, nos termos do seu ordenamento jurídico, as medidas necessárias para garantir a proteção dos lugares de culto da Igreja Católica e de suas liturgias, símbolos, imagens e objetos cultuais, contra toda forma de violação, desrespeito e uso ilegítimo”.

 

Somos a Igreja da Paz. É de lamentar que tenhamos que assistir a ato tão selvagem e sorrateiro, na calada da noite, a cinco dias do Natal de Nosso Senhor Jesus, o Príncipe da Paz. Ele, de fato, é a nossa Paz. Por meio de seu sangue, os que antes estavam distantes, foram aproximados. De povos diversos, fez um só, derrubando assim o muro de separação. E em seu próprio corpo desfez toda a inimizade (Ef 2,13-14).

 

Somos irmãos uns dos outros. Somos filhos e filhas do mesmo Deus e Pai. Repudiamos, com veemência, todo tipo de proselitismo, de fundamentalismo, de vandalismo, de intolerância e de revanchismo. Somos, de fato, a favor do diálogo, do respeito, da tolerância e da ajuda mútua entre as Igrejas. Somos, enfim, contrários ao ódio, à vingança e à guerra de religião. Tais atitudes em nada contribuem para o aprimoramento das relações intereclesiais e nem para a construção do Reino de Deus aqui na terra.

 

Conclamamos a todos os fiéis da Arquidiocese de Palmas a dobrarem seus joelhos e a levantarem suas mãos, em súplicas e orações, pela conversão dos pecadores. Que de presente, neste Natal, Jesus nos dê a sua Paz, sobretudo, aos corações amargurados. E que o Senhor tenha misericórdia de nós. Em nome do Menino Jesus, o Filho de Maria, reclinado no presépio, a minha bênção apostólica a todos!

 

Dom Pedro Brito Guimarães

Arcebispo Metropolitano de Palmas

Palmas, 19 de dezembro de 2016

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