Após projetar Palmas para o mundo, JMPI podem deixar legado próximo de R$ 100 mi

Da alimentação à segurança, do trânsito à ocupação de hotéis e consumo em bares e restaurantes, os Jogos foram avaliados pela gestão como um grande evento, histórico

Amastha apresenta balanço dos JMPI
Descrição: Amastha apresenta balanço dos JMPI Crédito: Foto: Secom Palmas

Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que se encerraram no último sábado, 1º de novembro, podem deixar de legado final a Palmas, algo próximo de R$ 100 milhões, em obras e áreas doadas pela iniciativa privada ao Município. A afirmação é do prefeito de Palmas, Carlos Amastha, que reuniu a imprensa na tarde de ontem, terça-feira, 3, para fazer o balanço final dos jogos em todos os quesitos.



Da alimentação à segurança, do trânsito à ocupação de hotéis e consumo em bares e restaurantes, os Jogos foram avaliados pela gestão como um grande evento, histórico - por ser o primeiro -  e com grandes reflexos na economia da Capital. “Me aguardem para os próximos dias. Teremos resultados na agenda econômica do município”, afirmou Amastha.



“Tivemos que ouvir muita coisa, enfrentar tentativa de cancelamento, e muitas mentiras foram ditas sobre os jogos. Mas vamos lá: nossa Vila está pronta, com infraestrutura, água, esgoto, iluminação, cabeamento. O Estádio Nilton Santos está preparado para receber grandes eventos. Na Vila a iniciativa privada deixou obras em torno de R$ 15 a R$ 20 milhões. A presidente Dilma nos garantiu mais R$ 10 milhões. E tivemos a doação de mais de 100 mil metros quadrados de área, dos dois lados do rio, por parte da iniciativa privada, avaliada em nada menos que R$ 60 milhões”, informou o prefeito. Esta doação será detalhada nos próximos dias.



Investimento federal, sem licitação

O primeiro esclarecimento que o prefeito fez questão de fazer é de que a contratação das empresas que montaram estruturas móveis tenha tido o resultado da licitação antecipado pela prefeitura. “Primeiro que este é um evento que o governo federal apoiou através de convênio com o PNUD, que não se sujeita à legislação brasileira. É um órgão das Nações Unidas e eles recolheram as propostas aqui e foram discutir lá, na sede. Nos contaram antes qual era a empresa que faria e o que nós fizemos foi um furo de imprensa, nada mais”, disse.



Apenas R$ 4 milhões

Segundo Amastha os custos dos Jogos estavam orçados inicialmente em R$ 8 milhões, dos quais a primeira parcela foi repassada em 2014, R$ 4 milhões, e a segunda nunca chegou. “Isso, combinado é claro, com o Ministério dos Esportes”, sustenta. Os primeiros R$ 4 milhões foram investidos em custeio e terão contas prestadas pela Secretaria Extraordinária dos Jogos Mundiais Indígenas - quer será extinta esta semana - via Prefeitura de Palmas, ao governo federal.



“Tivemos o aval para a realização dos jogos quando o ministro era Aldo Rabelo. Isto depois de um entendimento com a senadora Kátia Abreu, que até então não era ministra, e temia que como seu adversário, eu usasse os jogos mundiais para fazer manifestação contra ela. Claro que eu jamais faria isso”, relembrou. A troca de ministros na virada do ano quase colocou fim ao sonho de que Palmas sediasse os jogos. “O ministro George Hilton esperava constatar que Palmas não conseguiria se preparar para realizar os jogos. Mas quando a equipe veio aqui, e o próprio ministro, perceberam que nós faríamos a nossa parte e não ficaria bem que eles não fizessem a deles”, avaliou.



Mídia espontânea acima dos R$ 35 milhões

O ganho para Palmas, além de mais de R$ 22 milhões (estimativa feita por baixo, segundo o presidente da Agência Municipal de Turismo, Cristiano Rodrigues) que circularam pela economia palmense, foi forte no quesito imagem. “Tivemos reportagens em veículos de renome internacional e nem conseguimos ainda mensurar o quanto tivemos de mídia espontânea. Só aquela matéria que foi ao ar no Esporte Espetacular, meu Deus! Aquilo não tem preço”, comemorou Amastha.



Uma empresa fará a avaliação de quanto o evento rendeu em mídia espontânea, mas num levantamento preliminar, segundo já avaliaram ao prefeito, passa de R$ 35 milhões.



Obras pela frente

Para consolidar a Vila dos Jogos, o prefeito espera dar ordem de serviço para as obras que deixarão a arena pronta, com capacidade para 3 mil pessoas sentadas e os equipamentos esportivos no entorno, consolidando um grande centro esportivo. “Estou tentando com o Ministério dos Esportes que Palmas possa ficar com a cerca de fechamento da Vila, que hoje é de 5 km e as cadeiras. Vamos ver se isso é possível. Já nos ajudaria muito”, informou.



Segurança, refeições, saúde

Em números, o prefeito destacou os mais de 1.500 atendimentos em saúde realizados dentro e fora da Vila, em virtude dos jogos, sem nenhum problema maior. “Mais de 100 mil refeições foram servidas, com todas as normas da Vigilância Sanitária atendidas, e sem que ninguém tivesse uma diarreia”, brincou.



O aparato de segurança, que funcionou com cerca de 300 homens, segundo o secretário municipal de Segurança, Defesa Civil e Trânsito, Francisco Vianna destacou, permitiu que o evento transcorresse sem nenhuma ocorrência de porte. Polícia Civil, Militar, Corpo de Bombeiros, SMSTT, Guarda Metropolitana e  Ministério da Justiça - através da Secretaria Especial de Grandes Eventos - trabalharam de forma conjunta.



“A liga do crime não contava com essa força coordenada de segurança”, afirmou o delegado Luiz Cláudio, da Civil. “Isso aconteceu por que fomos obrigados a ficar juntos, então a partir de agora, esta é uma boa maneira de enfrentarmos a criminalidade”, respondeu o prefeito.



Para o Coronel Edgar, do Ministério da Justiça, o evento transcorreu sem nenhum problema digno de nota. “O Ministério da Justiça sai daqui com a missão cumprida”.



Apae e Cooperativa faturam estacionamento

Um último item lembrado pelo prefeito foi o fato do estacionamento ter sido cobrado. “Eram apenas mil vagas e tinha que ser cobrado por que senão os próprios trabalhadores dos jogos ocupariam as vagas desde cedo até o fim da noite. Então decidimos dar este espaço para a Cooperativa de Guardadores e a Apae tomarem conta”, explicou.



Presentes, os representantes das duas entidades agradeceram ao prefeito e informaram o faturamento líquido de cada uma, após pagamento de despesas com alimentação e diárias dos guardadores: R$ 31 mil para cada. “Tenho que fazer justiça, esta foi uma ideia do secretário Marcílio Ávila, que juntamente com o prefeito optaram por atender a estas associações”, informou o secretário de Acessibilidade, Mobilidade, Trânsito e Transporte, Cristian Zinni.



Segundo Cristian, o evento ocupou os 139 permissionários de taxi da capital e os 98 mototaxistas.



“Tenho certeza de que fizemos história. Muitos Jogos Mundiais ainda virão, mas os primeiros foram feitos em Palmas e com  um ganho enorme para a nossa cidade”, finalizou o prefeito.

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