Especialistas alertam sobre cuidados contra a leishmaniose

Especialistas fazem alerta em período de chuvas em Palmas, algo que contribui para a proliferação de insetos e o aparecimento dos temidos mosquitos da dengue e do calazar.

Exame pode ser realizado em unidades especializadas
Descrição: Exame pode ser realizado em unidades especializadas Crédito: Divulgação

A leishmaniose visceral canina conhecida popularmente como calazar, não se trata de uma doença contagiosa pelo contato direto entre animal e humano. A transmissão se dá pela picada do mosquito palha que anteriormente tenha sugado o sangue de um animal infectado. O período de chuvas em Palmas contribui para a proliferação de insetos e o aparecimento dos temidos mosquitos da dengue e do calazar. Especialistas da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses de Palmas (UVCZ), os médicos veterinários Leandro da Silva Chaves e Pedro Alexandre da Silva, esclarecem algumas dúvidas frequentes sobre o contágio e dos cuidados para evitar a doença.
 

O que é Leishmaniose Visceral?

 

É uma doença grave, que afeta pessoas e animais, principalmente os cães, causada por um parasita chamado Leishmania infantum. A leishmaniose visceral atinge, especialmente, a medula óssea e órgãos como baço e fígado. Tanto pessoas quanto os animais podem contrair a doença pela picada de um inseto conhecido como mosquito-palha (flebótomo).

 

Como posso saber se estou com essa doença?

 

Os sintomas são pouco específicos para a doença e, como os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças, quem apresentar febre por mais de sete dias deve procurar o Centro de Saúde da Comunidade (CSC), mais próximo.

 

Como saber se meu cão tem leishmaniose visceral?

 

Os principais sintomas são: feridas que não cicatrizam, principalmente ao redor dos olhos, ponta das orelhas e focinho, emagrecimento, falta de apetite, conjuntivite, crescimento exagerado das unhas, dentre outros. Por serem sinais clínicos comuns a diversas outras doenças, apenas o exame laboratorial pode confirmar o diagnóstico.

 

Meu cão pode estar infectado, mesmo sem sinais clínicos?

 

Sim, o cão infectado pode parecer sadio por tempo indeterminado, variando de meses a anos. A manifestação da doença depende de cada organismo animal.


Onde posso fazer o exame do meu cachorro?

 

O exame pode ser realizado na Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ) de Palmas, situada na Rodovia TO 0-80, Km 01, ao lado da garagem Central do Estado, em horário comercial, para os residentes no município, ou em clínicas veterinárias particulares.

 

O exame é realizado através de amostra de sangue. Na rede pública, a UVCZ faz o teste rápido de triagem e encaminha a amostra para o Laboratório Municipal realizar o exame sorológico.

 

Caso positivo, o tutor deve entregar o animal ou apresentar contra-prova, essa de mesmo exame que o da UVCZ para confirmação, em prazo estipulado pela instituição.

 

Se os resultados divergiram, uma terceira amostra será coletada e enviada para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (Lacen), caso positivo o animal será recolhido, caso haja recusa, a demanda será passada para órgão judicial.

 

Meu cão não tem a doença. Como posso prevenir?

 

Diversas medidas podem ser tomadas para evitar a transmissão da doença para os cães, dentre elas:

 

- Uso de coleiras repelentes ao flebótomo;

 

- Uso de repelentes spray (produto veterinário) nos cães;

 

- Vacinação para Leishmaniose Canina - disponível em clínicas particulares;

 

- Evitar exposição do animal ao inseto transmissor em horário crepuscular;

 

- Manter quintais e áreas próximas às residências limpas e sem matéria orgânica;

 

- Manutenção de telas milimetradas em portas e janelas;

 

Meu cão está com Leishmaniose Visceral. O que deverá ser feito?

 

As opções são a eutanásia ou o tratamento, aliado a todas as ações de prevenção citadas nas respostas anteriores.

 

O tratamento, realizado somente em clínicas particulares, geralmente melhora a qualidade de vida do animal e minimiza ou elimina os sinais clínicos da doença. Na maioria dos casos, o cão continua com o parasita no organismo, e por isso, deve ter acompanhamento médico-veterinário periódico e constante. Importante lembrar que mesmo sendo tratado, devem ser usadas todas as medidas de prevenção para a doença.

 

O que é eutanásia?

 

A eutanásia é uma medida de saúde pública recomendada pelo Ministério da Saúde para o controle da doença. É um procedimento sem dor ou sofrimento, que pode ser feito pela UVCZ ou em clínicas particulares, sempre acompanhado por um médico veterinário. Os responsáveis que tiverem interesse podem acompanhar o procedimento.

 

Se eu conviver, fizer carinho no meu cão infectado, posso contrair a doença?

 

Não, o contato direto com o animal não viabiliza a transmissão.

 

O que devo fazer para prevenir e controlar a transmissão da doença?

 

Mantenha seu quintal sempre limpo eliminando material orgânico como restos de folhas e frutos, lixo e fezes de animais, evitando a umidade nos terrenos e auxiliando no controle populacional do inseto transmissor da doença. Não deposite lixo em terrenos baldios ou locais inadequados. Use telas em portas e janelas de casa ou dos canis. Outra ação importante é a castração dos animais para controlar a transmissão da doença, por meio de controle populacional animal e diminuição de possíveis reservatórios. Ao sair no entardecer, noite e amanhecer, principalmente nas áreas de mata, períodos e locais de maior atividade do mosquito-palha, use camisas e calças compridas, além de aplicar repelentes.

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