Família de pintor morto pela PM em Miranorte descreve luto e pede por justiça

Familiares de Weliton Lacerda relatam luto e medo de que o caso da morte do pintor pela PM, um dia após ele matar oficial da reserva, fique sem solução

Weliton foi morto no dia 31 de outubro
Descrição: Weliton foi morto no dia 31 de outubro Crédito: Reprodução/Facebook

Familiares de Weliton Lacerda de Sousa, de 36 anos, morto pela Rotam no dia 30 de outubro, após ele matar o oficial da reserva da Polícia Militar, José Carlos Pinheiro Farias, de 52 anos, concederam entrevista exclusiva ao T1 Notícias e disseram que estão sofrendo pelo luto e pelo medo da morte do pintor entrar nas estatísticas de casos não solucionados.

 

A entrevista foi concedida com a garantia de que as identidades fossem preservadas. Um dos familiares disse que esteve no hospital de Miranorte por volta das 11h da manhã do dia 30, pouco depois do corpo de Weliton chegar ao local, e constatou que ele teria supostamente “levado um tiro no peito, de cima para baixo, o tiro entrou no peito e saiu na altura da cintura. Mas também tinha afundamento de crânio, mordidas de cães, lesões no olho direito, os joelhos muito machucados”, descreveu.

 

O familiar disse ainda que não acredita nas informações da polícia de que os policiais haviam sido recebidos com tiros disparados por Weliton. “A polícia defende uma tese de que ele reagiu e foi alvejado, mas se ele tivesse realmente reagido ele teria sido metralhado, já que eram mais de 40 policiais contra ele”, comentou.

 

Em momento de desabafo, uma familiar comentou que “por se tratar de um ex-policial foi acionada toda a polícia de Palmas, a Rotam foi chamada, um ônibus de policiais chegou em Miranorte, ai eu te pergunto: se esse ex-policial tivesse matado ele lá dentro da casa dos pais será que teria sido acionado esse aparato todo de policiais para prender o ex-policial? Eu respondo que não, ele seria só mais uma estatística”.

 

A família de Weliton disse que, juntamente com a população de Miranorte, que promoveu uma manifestação no dia 31 de outubro, fechando as duas vias de acesso à cidade, aguarda o laudo do Instituto Médico Legal, apontando, através do exame de corpo de delito, o que houve com ele e ainda “esperamos ansiosos e angustiados para saber se alguém vai ser punido por isso que fizeram com ele”.

 

O T1 Notícias entrou em contato com a Polícia Militar e com a Secretaria de Segurança Pública para apurar se foi aberto inquérito por parte da Polícia Civil e um procedimento na PM.

 

Por meio de nota a Polícia Militar do Estado do Tocantins disse que “instaurou, através da Portaria nº 036/2015, no dia 10/11/2015, um Inquérito Policial Militar para apurar os fatos, com prazo para conclusão de até 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20. O Inquérito está em fase de instrução e quando encerrado será remetido à Vara de Justiça Militar”.

 

Já a Secretaria de Segurança Pública informou que o delegado Douglas Sie, que responde pela delegacia de Polícia Civil de Miranorte, abriu inquérito assim que foram relatados os fatos e já começou a ouvir os envolvidos. As diligências estão sendo realizadas.

 

 

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