MPE quer mais médicos em UPA's e Prefeitura aponta número maior que exigido pelo SUS

A ação busca número de médicos em quantidade suficiente para atender a população que busca atendimento emergencial, sem sobrecarregar os profissionais que atuam hoje no local.

Prefeitura de Palmas aponta número de médicos acima do indicado nacional
Descrição: Prefeitura de Palmas aponta número de médicos acima do indicado nacional Crédito: Marcelo de Deus

Após o Sindicato dos Médicos (Simed) acionar o Ministério Público Estadual (MPE) quanto a sobrecarga de trabalho da equipe médica nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o órgão ingressar com uma ação contra a Prefeitura de Palmas, a Secretaria de Saúde apontou que atualmente a UPA Sul possui em sua escala o total de 12 médicos para o funcionamento de 24h, três a mais do que o quantitativo mínimo exigido pelo Ministério da Saúde para uma unidade daquele porte. Na UPA Norte, o quantitativo mínimo seria de 6 profissionais, e a escala atual é de 9,5 médicos, ou seja, 3,5 médicos a mais.

 

“Muito embora o número de profissionais existente hoje esteja de acordo com os parâmetros da Portaria do Ministério da Saúde, que regulamentam a quantidade de profissionais e o número mínimo de atendimentos que devem ser realizados nas UPAs, esta mesma Portaria não estabelece o número máximo de atendimento por profissionais e, como os médicos das UPAs estão atendendo os pacientes da Atenção Básica, de fato estão sobrecarregados, o que coloca em risco a integridade física e a vida dos pacientes”, destaca a Promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery, ao justificar a Ação Civil Pública do MPE contra a Prefeitura.

 

A ação busca número de médicos em quantidade suficiente para atender a população que procura atendimento emergencial, sem sobrecarregar os profissionais que atuam hoje no local.

 

O Simed, em 2017, denunciou ao MPE irregularidades no sistema de atendimento das UPAs em Palmas, acerca de um subdimensionamento das equipes médicas que estariam sobrecarregadas com o número elevado de atendimentos realizados.

 

Na época a 27ª Promotoria da Capital instaurou um inquérito civil (IC) para investigar o problema, concluindo que a falha não estaria na quantidade de médicos, mas no sistema de referenciamento da Prefeitura. Muitos pacientes que chegam à UPA deveriam ter sido atendidos na Unidade Básica de Saúde, no entanto, isso não é identificado no momento da triagem (classificação de risco), o que gera um excesso de atendimentos no local.

 

A Promotora de Justiça aponta que o problema deve ser resolvido por meio do número suficiente de médicos, para atender toda a demanda espontânea do SUS que busca atendimento nas UPAs, ou alternativamente, por meio da contrarreferência da demanda que deve ser atendida na Atenção Básica, tomando-se por base a classificação de risco, realizada por profissional médico.

 

“Precisamos destacar ainda que a saúde do trabalhador também deve ser preservada, por parte do Poder Público, o qual tem autonomia e dever de fazer gestão sobre as iniquidades dos serviços denunciados”, frisou Roseli.

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