Vistoria aponta diversas falhas em condições de funcionamento do HGPP

Vistoria MPE, MPF e Defensoria para verificar condições de funcionamento no HGPP apontaram diversas falhas, principalmente no abastecimento de materiais e medicamentos. Promotoria cobrou providências.

Vistoria no HGPP detectou diversas falhas
Descrição: Vistoria no HGPP detectou diversas falhas Crédito: Ascom/MPE

Em vistoria no Hospital Geral Público de Palmas (HGPP), representantes do Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública constataram diversas falhas no abastecimento de alguns materiais e medicamentos, além de uso de materiais hospitalares de má qualidade, falta de manutenção dos equipamentos hospitalares, insuficiência de profissionais de saúde, entre outras deficiências que podem comprometer a recuperação de pacientes.

 

Após vistoria que aconteceu na última segunda-feira, 04, foi realizada uma reunião com a diretoria de enfermagem do HGPP, com a comissão de controle de infecção hospitalar e com profissionais médicos e de enfermagem onde foram confirmadas as deficiências.

 

Falhas no abastecimento de medicamentos

As falhas no abastecimento foram comprovadas por meio do relato do Coordenador de Farmácia, Hadson Clayton Brandão e confirmadas por profissionais da assistência. Segundo ele, a situação já foi mais grave no início do ano, mas na data da diligência dos órgãos de controle, a principal ausência era a de antibióticos, inclusive, havendo medicamentos em falta que não poderiam ser substituídos por outros existentes na farmácia.

 

Também foi informado que é recorrente a falta de antibióticos no decorrer do tratamento dos pacientes, em muitos casos sendo necessária sua interrupção. A principal causa dessa situação, segundo relatos dos profissionais, está relacionada à logística utilizada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Ou seja, a má comunicação entre os setores hospitalares com o Estoque Regulador do Estado e a Sesau, em razão de que o Estado não possui um sistema eletrônico eficiente de controle de estoque.

 

A diretora-geral do HGPP, Renata Duran, informou que um novo sistema deverá ser instalado em breve. Quanto às faltas pontuais de materiais e medicamentos, a diretora disse que não dispõe de suprimento de fundo para saná-las, nos casos pontuais e que o hospital não conta com esse tipo de recurso desde novembro de 2014.

 

A Promotora de Justiça, Maria Roseli de Almeida Pery requisitou a relação de nomes dos pacientes desassistidos e com tratamento interrompido, além dos relatórios conclusivos das investigações de óbitos dos últimos três meses, para verificar se alguma das mortes ocorridas no HGPP decorreu da desassistência.

 

O Procurador da República Fernando Antônio Alves de Oliveira Júnior requisitou a relação de materiais e medicamentos solicitados pelo HGPP e não entregues pelo Estoque Regulador nos últimos três meses. A intenção desta requisição é subsidiar a Ação Civil Pública ajuizada conjuntamente na Justiça Federal, relacionada ao desabastecimento.

 

Outros pontos

Sobre os materiais de má qualidade, foi encontrado esparadrapo inadequado. A responsável pelo setor de qualidade respondeu que, no caso de constatação de produtos com problemas de má qualidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é notificada, para que tome providências inerentes ao órgão.

 

Quanto à falta de manutenção de equipamentos hospitalares, médicos informaram que muitos estão quebrados e, praticamente todas as camas da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão com falhas nos mecanismos que regulam sua inclinação. Essa manutenção não está sendo feita por pendências contratuais, segundo a diretora-geral. Ainda de acordo com ela, a manutenção de outros equipamentos só está sendo feita em caráter corretivo, e não preventivo, como deveria.

 

Sobre a falta de técnicos de enfermagem, a Diretora Técnica e profissionais da enfermagem apontaram, durante a reunião, que não há pessoal suficiente para atender à demanda do hospital. Chegou a situações em que havia 80 pacientes para cinco técnicos. Diante disso, foi reconhecido que há atrasos na dispensação de medicamentos e que fica prejudicada a higienização dos pacientes, entre outras.

 

(Com informações da Ascom)

 

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