35 mil educadores do TO cruzam os braços por 3 dias: reunião pode definir greve

Todos os educadores do Tocantins, exceto os servidores em regime de contrato temporário, fazem paralização até 4ª feira. Reunião com Secad e Seduc pode definir se categoria deflagra ou não a greve...

José Roque, presidente do Sintet
Descrição: José Roque, presidente do Sintet Crédito: Divulgação

Atendendo a convocação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) os educadores das escolas públicas municipais e estaduais do Tocantins paralisam os trabalhos a partir desta segunda-feira, 17. A paralização nacional segue até a próxima quarta, 19, período em que a categoria discutirá com os órgãos competentes as reinvindicações da classe e caso não sejam atendidos, os servidores podem deflagrar greve a partir da quinta-feira.

Na pauta coletiva está a exigência do cumprimento da lei do piso salarial, plano de carreira e jornada de trabalho, além da cobrança do investimento dos royalties do petróleo na valorização da categoria, votação imediata do Plano Nacional de Educação (PNE) e destinação de 10% do PIB para a educação.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), José Roque Rodrigues Santiago, cerca de 35 mil educadores podem cruzar os braços no estado e as atividades escolares na rede pública de ensino podem ser paralisadas totalmente caso não haja negociação da categoria com o governo. Os servidores em regime de contrato temporário, os contratados, não devem aderir à greve.

José Roque enumerou vários itens que estão na pauta de reinvindicações da classe: revisão do plano de carreira; correção salarial de acordo com os aumentos do Fundeb; progressões de 2011, 2012 e 2013; retroativo das progressões dadas; regularização dos repasses financeiros às escolas; processo eleitoral de diretores de escolas; aulas ministradas na EJA mas que não são pagas aos professores; fim da interferência política nas escolas e a data base.

Sobre as aulas da EJA, José Roque explicou que os professores dão aula à distância mas essa carga horária não aparece na estrutura e eles acabam não recebendo pelo serviço.

Já sobre a interferência política nas escolas, o presidente do Sintet disse que “deputados e prefeitos interferem diretamente, pois ficam indicando nomes para a diretoria e coordenação das escolas e até perseguição de professores”.

 

Reunião com Seduc e Secad

José Roque disse que na reunião marcada para a manhã desta segunda, entre o sindicato e as Secretarias da Educação e Administração do Estado, a pauta de reinvindicações será apresentada e caso haja alguma negociação, essa será apresentada a categoria numa assembleia geral marcada para amanhã e a classe decidirá de deflagra ou não a greve.

Caso a classe decida pela paralização, todas as escolas públicas do Tocantins serão afetadas e apenas os profissionais contratados devem continuar suas atividades. “Se deflagrar a greve, será por tempo indeterminado”, concluiu o presidente.

 

Nota - ATN

Sobre a solicitação deste veículo de comunicação, o governo do Estado considera importante esclarecer que a paralisação em algumas escolas das redes estadual e municipais nos dias 17, 18 e 19 de março trata-se de um movimento em todo o País para melhorias do sistema educacional, tal como o investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria, destinação de 10% do PIB para a educação pública, entre outras demandas nacionais. E, sobre essas reivindicações, os profissionais do magistério recebem a solidariedade e o apoio do governo do Estado.

Em relação às demandas do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet) no que se refere à pauta estadual, a Secretaria de Estado da Administração (Secad) e a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) informam que está mantida a negociação com a classe e que estão à disposição para atender as reivindicações de acordo com as condições financeiras da administração estadual.

 

Nesta segunda-feira, 17, na sede da Seduc, em Palmas, representantes do Sintet foram recebidos. Participaram do encontro a secretária de Estado da Educação e Cultura, Adriana Aguiar, o secretário de Estado da Administração, Lúcio Mascarenhas, o promotor de Justiça Miguel Batista de Siqueira Filho, o presidente do Sintet, José Roque, entre outros membros da Seduc, Secad e sindicato. Neste encontro ficou acordado que no próximo dia 31 haverá outra reunião dando continuidade às negociações.

 

(Atualizada às 16h com inserção da nota da ATN)

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