Alunos e militantes do movimento negro da UFT protestam contra ato de professores

Os manifestantes ocuparam salas de aulas no campus de Porto Nacional, simbolicamente amordaçados, ao som estridentes de tambores e batuques

Estudantes repudiam ato de professores, que procuraram a polícia
Descrição: Estudantes repudiam ato de professores, que procuraram a polícia Crédito: Divulgação/WhatsApp

Na última sexta-feira, 7, militantes do movimento negro, estudantil e cultural do Tocantins realizaram um Ato em Defesa da Liberdade de Expressão dos Estudantes da Universidade Federal do Tocantins, do campus de Porto Nacional. Os manifestantes ocuparam salas de aulas, simbolicamente amordaçados, ao som de tambores e batuques. Conforme os militantes, o ato ocorre após o registro de um boletim de ocorrência policial, feito por dois professores contra duas alunas, após as acadêmicas terem externado críticas sobre o funcionamento do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros no campus de Porto, nas redes sociais.

 

“Os movimentos sociais proponentes do Ato acreditam que a ação dos professores, contra as estudantes, consiste numa tentativa de censurar a livre manifestação de pensamento e crítica, salutar ao ambiente acadêmico, dialogando diretamente com a criminalização da juventude negra e dos movimentos sociais”, informaram os militantes em mensagem enviada ao T1 Notícias nesta segunda-feira, 10.

 

Embora a postagem e a ocorrência tenham acontecido no primeiro semestre de 2018, as estudantes foram intimadas a depor, neste mês novembro, e o caso segue em fase de inquérito junto à Polícia Federal. O conteúdo da ocorrência movida pelos professores contra as alunas seria por "injúria", em virtude da utilização da expressão "supremacia branca". “O NEAB/UFT-Porto é coordenador e composto apenas por professores brancos e os estudantes do campus registaram inúmeras críticas as dificuldades de inserção e falta de autonomia para realização de pesquisas”, defenderam os militantes.

 

Para o estudante de Direito, militante do Coletivo Enegrecer, e diretor da UNE, Diego Panhussatti, a atitude dos professores merece ser repudiada por toda a comunidade acadêmica. "É incompatível com o que se espera de um ambiente democrático, a tentativa de criminalizar a crítica e discussão sobre os ambientes acadêmicos, sobretudo pelo enviesado e absurdo debate de 'racismo reverso' ".

 

O T1 Notícias procurou a UFT para se manifestar sobre o assunto, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.

 

Confira abaixo mais imagens do protesto:

 

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