Cirurgias de ortopedia e neurologia são suspensas em todo o Estado: Sesau nega

O diretor da empresa Síntese Comércial Hospitalar, Frederico Aurélio, disse que o Governo não tem contrato com nenhuma empresa de fornecimento de materiais e acumula dívidas desde 2010.

Secretaria de Estado da Saúde
Descrição: Secretaria de Estado da Saúde Crédito: Divulgação

As cirurgias ortopédicas e neurológicas estão suspensas em 10 hospitais públicos da rede estadual. O motivo é a falta de materiais cirúrgicos, cujo fornecimento foi suspenso pela empresa responsável devido à falta de pagamento por parte do Governo do Estado. Parte da dívida é de 2010.

 

Quem relatou a suspensão ao T1 Notícias foi o diretor da empresa Síntese Comércial Hospitalar LTDA, Frederico Aurélio Bispo. Segundo ele, a empresa decidiu suspender o fornecimento dos materiais porque não recebe o Estado. “Do contrato de 2010 falta receber o valor de R$ 497.257,17. Há, ainda, outros contratos, sendo um de R$ 1.243.636,11, um de R$ 582 mil e outro de R$ 800 mil, ambos referentes a contratos emergenciais, que também não foram pagos”, relatou o diretor.

 

Em unidades como o Hospital Geral de Palmas e os Regionais de Gurupi e Araguaína, somente as cirurgias de emergência com fratura exposta ou em casos em que há risco do paciente perder a vida, as cirurgias serão mantidas. Porém, somente até esta próxima sexta-feira, 26.

 

Bispo relatou, também, que o Governo do Estado não possui contrato com nenhuma outra empresa para fornecimento de materiais para ortopedia, buco-maxilo-facial, neurologia e coluna, sendo que todo o fornecimento é feito de forma emergencial, o que não é permitido pelo Ministério da Saúde. “Nossa empresa só volta a atender os hospitais do Estado caso sejam regularizados os pagamentos e com um contrato feito nas formas da Lei”, afirmou.

 

Ainda segundo o diretor da Síntese, as cirurgias foram suspensas desde a última terça-feira, 23, nas unidades hospitalares de Palmas, Gurupi, Araguaína, Porto Nacional, Paraíso, Miracema, Guaraí, Dianópolis, Augustinópolis e Pedro Afonso. “Por falta de contrato e de pagamentos, todos os hospitais administrados pelo Estado estão sem fazer cirurgias ortopédicas e neurológicas. Nós queremos voltar a fazer as cirurgias, mas o Governo não paga e a gente fica sem ter como fornecer os materiais”, disse Frederico Aurélio.

 

O diretor apresentou ao Portal uma cópia do documento protocolado na Sesau na última terça-feira, 23, comunicando oficialmente a suspensão do fornecimento dos materiais. No entanto, a Secretaria segue afirmando que não há problemas.

 

Sesau nega falta de cirurgia e disse que está pagando fornecedores

Por meio de nota encaminhada ao T1, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) negou que as cirurgias tenham sido suspensas e afirmou que os procedimentos estão ocorrendo conforme a demanda e o grau de risco. Sobre o pagamento dos fornecedores, a pasta garantiu que tem honrado os compromissos.

 

Confira abaixo a íntegra da nota da Sesau:

 

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que as cirurgias estão sendo realizadas conforme a demanda, dando prioridades aos procedimentos de urgência e emergência. As cirurgias eletivas também estão sendo agendadas de acordo com as avaliações médicas.

Os pagamentos para fornecedores estão sendo realizados, nestes últimos meses foram pagos mais de R$ 50 milhões referentes a serviços, materiais e medicamentos para os hospitais do Estado. Para a empresa fornecedora de órteses e próteses (utilizado nas cirurgias ortopédicas e neurológicas) foi pago nesta terça-feira, 24, R$ 484.249,44 que deve estar na conta do fornecedor amanhã, 25, ou conforme trâmite bancário.

A Secretaria lamenta que devido ao período eleitoral pessoas tentam propagar informações inverídicas, causando alarme e preocupação na população. A Saúde é prioridade para este Governo, pois todos os esforços de gestão estão sendo feitos para melhorar e ampliar a oferta de serviços e estruturas da saúde no Tocantins.

 

(Com atualização em 16h54, de 25/09)

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