Com greve da PC e paralisação na Saúde, Quadro Geral também pode parar serviços

A decisão foi tomada em Assembleia no ultimo sábado. De acordo com o presidente do Sisepe, os servidores não vão abrir mão dos benefícios enquanto o Governo nomeia comissionados.

Presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro
Descrição: Presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro Crédito: Bonifácio/T1Notícias

Após decisão de indicativo de greve por parte dos servidores do Quadro Geral do Estado, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins (Sisepe), Cleiton Pinheiro, falou a T1 Notícias na manhã desta segunda-feira, 30, sobre a preocupação da categoria quanto ao pagamento das progressões. A decisão do indicativo de greve foi tomada na tarde do último sábado, 28, quando os servidores rejeitaram a proposta do governo de pagamento parcelado do retroativo das progressões em até oito vezes, para quem ganha acima de quatro salários mínimos, e em quatro parcelas para quem ganha até quatro salários mínimos, com efeito financeiro a partir de maio.

 

“Temos as progressões atrasadas ainda de 2011, 2012, 2014, e as que temos para receber agora em março. Da forma que o Governo colocou esses pagamentos, a categorias não aceitou. A categoria colocou que o pagamento de todas as progressões atrasadas deve ser em quatro parcelas, com pagamento iniciando em abril. O Governo também disse que não vai haver o pagamento das progressões deste ano, ou seja, não vai haver concessão de nenhum direito em 2015”, explicou o presidente.

 

De acordo com ele, em razão da decisão, a categoria decidiu dar um prazo de 15 dias, após apresentação de contraproposta já feita pelos servidores, para que o Governo dê um posicionamento. Caso isso não aconteça, haverá mobilização, paralisação de 24h e, em último caso, a greve. Conforme explicado por Cleiton Pinheiro, a assembleia segue permanente para que haja deliberação das decisões conforme o prazo estabelecido.

 

Negociações e greve-geral

“Estamos colocando os prazos justamente para que o Governo não diga que não abrimos para negociação”, afirmou o presidente ao T1. De acordo com ele, se vier a ocorrer, a greve deve ser geral, em todo o Estado, inclusive em institutos e fundações.

 

O presidente afirmou que os servidores não vão abrir mão de seus direitos e externou as preocupações e reivindicações da categoria. “O que a gente quer é que o Governo tenha uma postura de levar a questão do direito do servidor a sério. E o servidor não vai abrir mão dos seus direitos em 2015”, alertou.

 

De acordo com ele, uma das consternações dos servidores é a quantidade de comissionados do Governo. “O que não dá para aceitar é o Estado dizer que não tem dinheiro para pagar os salários dos servidores efetivos, sendo que todos os dias está nomeando cargos comissionados”. Segundo ele, o Sindicato tem feito um levantamento nos órgãos. Conforme o presidente, só na Casa Civil, 78,78% dos cargos nomeados são comissionados. “Então o Governo não está demonstrando na sua atitude que realmente está preocupado com o servidor efetivo. Está mostrando que não está nem aí e isso nós não vamos admitir”, disse ele.

 

O presidente reiterou o posicionamento. “É um desrespeito com a categoria, com quem realmente move e planeja o Estado. O comissionado é passageiro. Queremos um tratamento digno e não estamos querendo nada além do que já está estabelecido por lei”.

 

Paralisação de outras categorias

O T1 questionou o presidente Cleiton Pinheiro quanto aos serviços prestados à população, já que a Polícia Civil já está em greve e os servidores da saúde também entraram com indicativo de greve, com paralisação nesta segunda-feira, 30. O presidente respondeu: “Nós temos a preocupação com a população, e por isso nós estabelecemos um prazo na Assembleia, que foi uma Assembleia técnica e madura, e estabelecemos um prazo até uma greve, se for o caso”, finalizou.

 

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