CRM aponta irregularidades no HGP e entrega indicativo de interdição à direção

Foi entregue na manhã desta quarta-feira, 13, para diretora Renata Durans o indicativo de interdição ética do HGP e o relatório com todas as irregularidades identificadas durante vistoria realizada.

CRM realiza vistoria
Descrição: CRM realiza vistoria Crédito: Ascom CRM

O Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRM-TO) entregou para a diretora do Hospital Geral de Palmas, Renata Duran, na manhã desta quarta-feira, 13, o indicativo de interdição ética do HGP e o relatório com todas as irregularidades identificadas durante vistoria realizada. A vistoria aconteceu nesta terça-feira, 14, e no documento o CRM faz recomendações para que os problemas sejam solucionados com urgência.

 

As irregularidades foram encontradas na tenda anexa e nos corredores do hospital. Ao T1 Notícias o médico e coordenador do departamento de fiscalização do CRM, Eduardo Braga, informou que o indicativo de interdição também será entregue para o Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual, Defensoria Pública e Secretaria de Saúde do Estado (Sesau).

 

“O CRM realmente cansou, esgotou as possibilidades. Só fazer relatórios e relatórios não adiantou. Então foi necessário tomar esta decisão. Do jeito que está não pode ficar. Uma nova visita está prevista para acontecer nos próximos 30 dias e esperamos que estas irregularidades sejam sanadas. Este documento será entregue para que as providências sejam tomadas”, informou Braga.

 

Um dos pontos abordados pelo CRM é a tenda colocada em dezembro de 2013 que tinha como objetivo ser provisória, no entanto permanece até hoje. O Conselho considerou ser um grave risco a saúde da população tocantinense, pela precariedade de suas instalações insalubres e periculosas.

 

O coordenador destacou também que será feita uma reunião com todos os médicos do HGP para discutirem a situação. “Vamos fazer uma reunião geral com eles para expor as diversas situações encontradas para que eles também participem das decisões”, afirmou.

 

Irregularidades

Entre as irregularidades o CRM apontou que não existe a presença de médico plantonista no local, ou seja, responsável pela tenda e corredores. No corredor haviam 62 pacientes e muitos foram encontrados sem identificação, e a medicação é aplicada apenas quando a enfermeira faz chamada e o paciente levanta a mão se identificando. Insetos foram encontrados nas instalações do hospital.

 

O carrinho de emergência está inoperante, desta forma os pacientes que necessitarem de um atendimento de urgência são transportados em uma simples maca pelos corredores do hospital até o pronto socorro. Também foi identificado  falta de equipamentos, insumos, pacientes com o mesmo curativo por até três dias, pacientes nos corredores expostos ao sol e sem climatização adequada.

 

Sesau

Em nota a Sesau informou que estão em andamento as obras de reforma e ampliação do HGP que, quando concluídas, vão permitir melhor acomodação dos pacientes de todo o hospital, assim como a retirada da estrutura do anexo provisório.

 

Ainda na nota, a Sesau falou que a estrutura do anexo provisório está sendo mantida em razão do déficit de cerca de 400 médicos no Estado, em particular nos hospitais estaduais e unidades municipais de saúde do interior, o que faz com que pacientes sejam encaminhados ao HGP, aumentando a grande demanda de pacientes da unidade e a falta de interesse de especialistas em atuar em hospitais do interior do Estado, o que concentra, por consequência, no HGP a demanda de atendimentos especializados.

Nota na íntegra

A Secretaria de Estado da Saúde informa que recebeu o indicativo de interdição ética do trabalho de médicos que atuam no anexo provisório do Hospital Geral de Palmas (HGP) feito pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) e ressalta que estão em andamento as obras de reforma e ampliação do HGP que, quando concluídas, vão permitir melhor acomodação dos pacientes de todo o hospital, assim como a retirada da estrutura do anexo provisório.

 

A Secretaria esclarece que é determinação do governador Marcelo Miranda o esforço prioritário do Governo do Estado para melhoria dos atendimentos na Saúde, com qualidade e humanização, e que o Gabinete de Enfrentamento à Crise na Saúde, criado pelo governador, tem atuado para minimizar os problemas, valorizando os profissionais de saúde do Estado e exercendo com austeridade, seriedade e transparência a gestão da saúde, em respeito a todos os tocantinenses.

 

A Saúde informa também que a estrutura do anexo provisório está sendo mantida em razão de:

 

-Déficit de cerca de 400 médicos no Estado, em particular nos hospitais estaduais e unidades municipais de saúde do interior, o que faz com que pacientes sejam encaminhados ao HGP, aumentando a grande demanda de pacientes da unidade;

 

- A falta de interesse de especialistas em atuar em hospitais do interior do Estado, o que concentra, por consequência, no HGP a demanda de atendimentos especializados.

(Com informações da CRM)

(Matéria atualizada às 18h15 de 13/07/2016)

 

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