A sede da Embrapa Pesca e Aquicultura foi inaugurada na manhã deste sábado, 7, em Palmas, pela presidenta da República, Dilma Rousseff (PT) e pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu. 
Durante o evento foi anunciada a criação da Universidade Federal do Araguaia e recursos da ordem de R$ 50 milhões para a Embrapa.
Em cerimônia marcada para 10h, que começou após o meio dia, o público recebeu Dilma com aplausos e gritos de apoio. Antes dos cumprimentos às autoridades, a presidenta não economizou elogios à ministra Kátia Abreu. “Não posso deixar de reconhecer a dignidade, a lealdade e o comportamento ético e moral da ministra Kátia, uma mulher forte que nos orgulha enquanto mulher”.
Em sua fala Dilma apontou a importância da Embrapa, especialmente na área da pesca e aquicultura, para o desenvolvimento não somente do Tocantins, mas do país. Mencionou as riquezas naturais do Brasil, principalmente a água que possibilita a criação de peixes. “Com a Embrapa e sua equipe técnica de pesquisadores, o Tocantins terá condições de ser o maior produtor de peixes do país”, afirmou.
A presidenta fez uma retrospectiva de ações desenvolvidas no Estado com recursos do governo federal como a ferrovia Norte-Sul, considerada por Dilma como a espinha dorsal do país por marcar o desenvolvimento da região, assim como também o Matopiba, que é formado pelos estados do Tocantins, Piauí, Maranhão e Bahia.
Universidade
Ao destacar que a educação é tão importante ou mais importante que a construção de ferrovias e estradas, Dilma anunciou que na próxima semana assinará autorização para a criação da Universidade Federal do Araguaia e ressaltou que uma das maiores iniciativas da gestão dela e de Lula foi interiorizar as universidades. Ela disse que, desde o início do governo Lula, houve uma mudança na despesa pública, quando foram feitas escolhas como a ampliação dos gastos em agricultura, produção e ações sociais.
Impeachment
Durante a cerimônia, Dilma também falou sobre o processo de impeachment e garantiu que lutará até o fim contra o que chamou de “retrocesso do país”, destacando que está sofrendo o processo porque decidiu investir recursos na agricultura e nos programas sociais, setores antes ignorados pelos antecessores ao ex-presidente Lula e ao seu governo. “Estou lutando e vou lutar até o fim contra o impeachment por não ter base legal. Estão querendo me tirar da Presidência porque transferi recursos para os Ministérios e para outros órgãos, como o Tribunal Superior Eleitoral. Não gostam das minhas escolhas e nem onde invisto o dinheiro público”.
Avanços
A ministra Kátia Abreu também fez um balanço dos investimentos do Governo Federal para o Tocantins, listando, além da ferrovia Norte-Sul, a duplicação da Belém Brasília, o Matopiba, a Hidrovia Araguaia-Tocantins e a 
própria Embrapa, considerada pela ministra como a grande responsável do desenvolvimento da agricultura brasileira. “A Embrapa é exemplo para o mundo com suas pesquisas tecnológicas que permitem a produção de alimentos de qualidade e, acima de tudo, respeitando o meio ambiente”.
Com a inauguração da Embrapa Aquicultura e Pesca, Kátia disse que os pequenos produtores e os assentados terão oportunidade de produzirem peixe e fazer o produto chegar à mesa dos brasileiros. “Queremos tornar o preço do peixe acessível para que todo brasileiro tenha condições de adquiri-lo e tudo isso começa com a pesquisa”.
Ao falar sobre o processo de impeachment contra a presidenta, Kátia Abreu reforçou os elogios a Dilma e disse sentir orgulho de ser ministra em seu governo. Agradeceu ainda o apoio e parceria imputada na agricultura brasileira, dizendo que “ingratidão não faz parte do meu caráter. Como disse a grande filósofa vereadora Raimundinha, presidente da Câmara de Vereadores de Colinas, não toque os pés no barco que te ajudou a atravessar o rio”, em referência ao que ela considerou uma “deslealdade” dos antigos ministros do governo com a presidenta.
R$ 50 milhões
Durante a cerimônia a presidenta Dilma e a ministra Kátia Abreu assinaram um convênio com o Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDS), representado pelo diretor Henrique Paim, no valor de R$ 50 milhões para serem investidos na Embrapa Aquicultura e Pesca.
Na ocasião a Embrapa apresentou dois de seus trabalhos: a identificação genética de peixes, que envolve a marcação dos animais por dispositivos de identificação e de rastreamento e a coleta de material biológico para teste de DNA; e um protótipo de entreposto móvel de pescado, que foi desenvolvido em conjunto com as empresas Engmaq (de Peritiba-SC) e Piscis (de Jaguaribara-CE) e consiste numa estrutura, ainda em fase de avaliação, para processamento de peixes.
Infraestrutura
Aproximadamente R$ 29 milhões foram investidos na estrutura física da Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), instalada na capital tocantinense, localizada na região Norte de Palmas. A unidade do Tocantins desenvolve trabalhos na área de pesca e aquicultura. São pesquisas em âmbito nacional; como sanidade de organismos aquáticos, manejo e conservação de recursos pesqueiros, nutrição e alimentação de espécies aquícolas e processamento de pescado (no núcleo temático de pesca e aquicultura). Além disso, regionalmente, na área do chamado Matopiba (que engloba partes dos estados do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia), atua no manejo de pastagens, intensificação ecológica em sistemas agrícolas, relação solo-água-planta-atmosfera e modelagem de agroecossistemas (no núcleo temático de sistemas agrícolas).
Também participaram da solenidade o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, a vice-governadora Cláudia lelis, representando o governador Marcelo Miranda, o chefe geral da Unidade no Tocantins, Carlos Magno Campos da Rocha, as ministras do Meio Ambiente, Isabela Texeira, a de Políticas para as mulheres, Eleonora Menicucci, autoridades estaduais, servidores da Embrapa e populares.
Matopiba
Dilma e Kátia anunciaram a proposta de criação da Agência de Desenvolvimento do Matopiba, que reunirá os setores público e privado, além da sociedade civil, com objetivo de articular projetos e iniciativas que fortaleçam a região, formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Durante cerimônia Dilma assinou o encaminhamento do Projeto de Lei que institui a agência, cuja atribuição será implementar um plano diretor elaborado em parceria pelo Mapa e por empresas privadas.
O projeto Matopiba (que engloba partes dos estados do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia), prevê o desenvolvimento e a operacionalização de um sistema de planejamento territorial estratégico para a região. Ele reúne informações numéricas, cartográficas e iconográficas e a caracterização territorial do quadro natural, agrário, agrícola, rural e socioeconômico de 31 microrregiões e 337 municípios dos quatro estados que compõem a região. Ele resulta de um significativo Acordo de Cooperação Técnica assinado entre o Incra e a Embrapa, através do GITE em 2014. O Acordo tem como objetivo principal dar apoio técnico e científico da Embrapa ao Incra em questões de governança e inteligência territorial estratégica. O Plano de Trabalho prevê o repasse de recursos financeiros para a Embrapa e a execução de cinco tópicos temáticos de cooperação.
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