Empreiteiras paralisam obras em todos os campi da UFT por falta de pagamento

Reitoria afirma que atraso no pagamento foi por cortes no orçamento e liberação do orçamento de 2015. Parte da dívida já começou a ser paga, de acordo com reitor

Obras são paralisadas na UFT
Descrição: Obras são paralisadas na UFT Crédito: Arquivo pessoal

Empresas que executam diversas obras em todas as unidades da Universidade Federal do Tocantins (UFT) estão sem receber os pagamentos desde novembro do ano passado. Ao todo o grupo de empreiteiras é composto por 10 empresas, mas o advogado que representa o grupo, Allander Quintino Moreschi, disse ao T1 Notícias que seis construtoras estão sem receber e as obras dos campi foram paralisadas porque as empresas não têm condições de continuar com os serviços.

 

As empresas cujos pagamentos estão pendentes são: Construtora Acauã, Nasa Construtora, Portobello Construtora, Rodes Engenharia, Hikari Construtora e Coceno Construtora.

 

Um dos empresários afirmou que “a situação chegou no limite. A UFT não paga e, por consequência, as obras terão que ser paralisadas. Estamos recebendo cobradores na porta, trabalhadores estão sem receber, impostos atrasados, os empresários estão prestes a quebrar. Já peguei dinheiro com agiota e não tenho como pagar”.

 

De acordo com Moreschi, “ao todo, a dívida ultrapassa os R$ 12 milhões, dinheiro este que deixa de circular no Estado e prejudica os projetos educacionais destinados aos universitários”.

 

O advogado informou ainda ao T1, que 32 obras estão sendo paralisadas, entre elas estão a construção de blocos de salas de aula, bibliotecas, laboratórios, restaurante universitário, infraestrutura no campus, bloco da reitoria e outras espalhadas entre todos os campi do Estado. Ao todo são 60.000 m² de obras que foram suspensas.

 

Reitoria confirma atraso nos pagamentos

O T1 Notícias procurou o reitor da UFT, Márcio da Silveira, para saber o motivo que levou ao atraso no pagamento das empresas. De acordo com o reitor, os atrasos aconteceram porque a Universidade ainda está aguardando a aprovação do orçamento da União no Congresso Nacional.

 

“As obras estão atrasadas porque nosso orçamento não foi aprovado ainda. Todo ano eram liberados 1/12, e este ano está liberando 1/18, ou seja, é dividido por 18, então significa que o recurso não dá para cobrir”, disse ele, que ressaltou que haverá cortes de gastos e que parte das obras deverá ficar paralisada por algum tempo, até que a UFT tenha dinheiro para seguir com as construções. “Só quando o orçamento for aprovado é que nós saberemos o tamanho do corte”, afirmou.

 

Quanto às obras, o reitor disse que precisa saber quando a UFT irá receber para depois saber como as obras irão continuar. “Teremos que repactuar um novo cronograma de obras, porque tínhamos uma velocidade X e com esse corte a velocidade vai ser X dividido por não sei quanto”, explicou. Segundo Márcio da Silveira, os reitores estavam programando uma mobilização nesta terça-feira, 10, no Congresso, em defesa das universidades federais.

 

Questionado sobre os pagamentos dos meses de novembro e dezembro, que ainda fazem parte do orçamento de 2014, Márcio da Silveira disse que “houve repasse em atraso no ano passado e já houve cortes no final do ano passado. Tivemos um contingenciamento”.

 

O reitor também foi questionado sobre como fica a situação das empresas que não receberam. Em resposta, ele disse que já se reuniu com os empresários: “nós já fizemos uma reunião com os empreiteiros que conduzem as 29 obras da Universidade, explicamos a eles a situação e que todas as obras atrasadas vão ser pagas. Eu preciso é que o Congresso aprove o orçamento e temos dinheiro previsto pra isso, mas o meu questionamento agora é: será que vamos continuar as obras ou não? Depende da aprovação no Congresso”.

 

UFT efetua parte do pagamento

O reitor também afirmou ao T1 que na tarde de sexta-feira, 6, foram liberados R$ 3 milhões para efetuar os pagamentos. “Foi pactuado que pagaríamos R$ 5 milhões e estamos pagando mais da metade. Isso já alivia, mas continua a expectativa, precisamos que o congresso aprove o orçamento”, reforçou.

 

Sobre o valor total da dívida, que ultrapassa os R$ 12 milhões, Márcio da Silveira disse que o valor combinado para ser pago agora é R$ 5 milhões. “O restante vamos pagar na hora que liberar o orçamento”, concluiu.

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