Família busca MPE para denunciar morte de idoso por suposta falta de atendimento

A família de Abdias Antonio de Aguiar relatou ao Ministério Público que a morte do idoso se deu após falta de atendimento no Hospital de Porto Nacional e tratamento para tuberculose sem diagnóstico

A família de Abdias Antonio de Aguiar, de 78 anos, falecido no último dia 16 de novembro, entrou com denúncia junto ao Ministério Público Estadual contra o Hospital Regional de Porto Nacional e ainda contra o médico plantonista e a diretora da unidade, por suposta falta no atendimento e maus tratos, que segundo um familiar contribuiu para piorar o quadro clínico do idoso, o que resultou em sua morte.

 

Na denúncia, os familiares de Abdias, que tinha câncer, pneumonia e depressão, informaram que após o idoso se sentir mal, o levaram para a Unidade de Pronto Atendimento, na manhã do dia 9 de novembro e após a colocação de oxigênio foi encaminhado para o HRPN, onde não havia, segundo a família, maca disponível ou uma cadeira de rodas para acomodar o idoso, que passava mal.

 

A família ainda declara que após aguardar por um longo período, sem acomodação e sentado apenas em uma cadeira, o idoso recebeu o atendimento prévio do médico plantonista, que pediu um raio x do pulmão e hemograma, e após resultado do exame deu encaminhamento para que buscassem tratamento no CEME, para tuberculose.

 

Na denúncia a família explica que ainda disse ao médico que o idoso tinha problemas pulmonares e que seria preciso ver o hemograma, ou prescrita alguma medicação. “O médico disse apenas: já mandei ir para o CEME, vai se tratar para lá”, informou a família.

 

Mesmo com o encaminhamento, os familiares permaneceram no local para esperar pelo exame de sangue e pedir que outro médico olhasse o exame. Conforme relata Márcia Alves Aguiar, às 19h30 eles retornaram para casa com seu pai Abdias, sem que o idoso tivesse tomado qualquer medicamento.

 

No dia seguinte, 10 de novembro, a família então levou Abdias ao CEME onde foram atendidos por uma médica que ao ver o diagnóstico identificou anemia profunda e disse que só poderia haver um resultado de tuberculose se houvesse o exame baciloscopia. A família relatou que após o exame, Abdias voltou para casa, porém por passar mal à noite foi levado novamente para a UPA, que após colocar oxigênio e realizar inalação o encaminharam para o Hospital Regional. Sua entrada na unidade ocorreu às 4h53m e após atendimento médico foi mantido no corredor, em uma cadeira de rodas até 7h30.

 

A denúncia relata que um paciente, que estava com a perna quebrada, cedeu sua maca para que a família deitasse o idoso, que permaneceu no local até 12h do dia 11 de novembro. A família disse que Abdias foi levado ao isolamento, onde, mesmo sem diagnóstico comprovado de tuberculose, recebeu medicamento por cinco dias, período em que o idoso perdeu o movimento do corpo. A denúncia relata ainda que a máscara de oxigênio estava furada e mesmo com a família tendo improvisado com panos, não foi o suficiente.

 

Abdias veio a óbito por volta das 18h de 16 de novembro, antes que o diagnóstico de tuberculose fosse comprovado.

 

O Portal T1 Notícias entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para se pronunciar quanto à denúncia, por ser o órgão responsável pela unidade hospitalar de Porto Nacional, e por meio de nota a Sesau disse que Abdias “deu entrada no Hospital Regional de Porto Nacional no dia 11 de novembro com quadro clínico irreversível. Na unidade, o paciente foi atendido por toda equipe multidisciplinar e pelo médico Augusto Rivelo, mas mesmo com toda assistência foi a óbito no último dia 16 de novembro”. A Sesau ainda ressaltou que em nenhum momento o paciente ficou desassistido e que realizou todos os exames necessários.

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