Leitos de UTI do HGP são interditados por causa de surto de superbactéria

Leitos estão fechados até que epidemia seja controlada. Sesau afirma que está investigando e realizando procedimento de limpeza terminal. Pacientes não ficarão sem atendimento, garante a Sesau.

Leitos de UTI interditados
Descrição: Leitos de UTI interditados Crédito: Bonifácio/T1Notícias

Todos os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Geral de Palmas (HGP) estão interditados por causa de surto de uma superbactéria. Por causa da interdição, o local não está recebendo novos pacientes que necessitem desse atendimento. Esses estão sendo atendidos em outras alas do hospital. Somente os pacientes que já estavam internados na ala continuam recebendo tratamento nas UTIs, inclusive para conter infecções por superbactéria.

 

O coordenador de Clínica Médica do hospital, Hugo Magalhães, disse ao T1 que os novos pacientes não estão sendo levados para os leitos de UTI por precaução, já que a chance de serem contaminados pela superbactéria é alta.

 

O médico explicou que, “o que colabora para isso [o surto da superbactéria] é a falta de mão de obra também. Os técnicos de enfermagem ficam com muitos pacientes”. Segundo ele, esse poderia ser um dos fatores que está dificultando a contenção das infecções.

 

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Sem previsão de normalização

Os leitos da UTI devem permanecer interditados por tempo indeterminado, até que a infecção seja controlada. Enquanto isso, os pacientes que necessitam de atendimento estão sendo levados para a Sala Vermelha, que segundo Hugo Magalhães tem funcionado em caráter de superlotação, para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e para a Sala Amarela.

 

De acordo com o coordenador de Enfermagem da UTI do HGP, Bethoven Marinho da Silva, todas essas alas possuem suporte e estrutura necessária para atender aos pacientes. Porém, ele pontuou que “todos os dias vemos a Sala Vermelha lotada”,

 

Sem vagas

Apesar de contar com essas outras alas para receber os pacientes que necessitem da UTI, as informações dos profissionais da Saúde são de que o HGP ainda não tem leitos suficientes para suprir toda a demanda. Como já foi mostrado pelo T1, alguns pacientes já chegaram a aguardar e receber atendimento em macas sem colchões ou até mesmo no chão. 

 

Sobre a capacidade de atender todos os pacientes, o coordenador de Enfermagem da UTI afirmou que “na verdade nunca tem”. Segundo ele, “até quando a UTI está funcionando normalmente, sempre faltam leitos de UTI”.

 

O coordenador de Clínica Médica, Hugo Magalhães, reiterou a situação de lotação nas salas do HGP. “Está superlotado. Na sexta-feira à noite não dava nem para andar na Sala Vermelha. Está complicado”, lamentou. O perigo de infecção tem sido uma ameaça tanto para os pacientes quanto para as equipes que trabalham no hospital, conforme alertou o doutor Hugo Magalhães.

 

Sesau afirma que está investigando surto de superbactéria

Segundo a Secretaria de Saúde, o hospital está seguindo um protocolo para controlar infecção. A Secretaria garantiu que os pacientes que precisarem dos leitos não ficarão sem atendimento e destacou que o Estado tem 29 leitos de UTI na retaguarda na rede privada.

 

Em nota ao T1, a Sesau disse que “ainda estão investigando possíveis casos de colonização por organismos multirresistentes no Hospital Geral de Palmas”.

 

Além disso, segundo a Sesau, algumas medidas estão sendo adotadas na rotina de procedimentos hospitalares, como “protocolo de medidas de prevenção e controle de infecções em todas as alas de internação”.

 

Confira na íntegra nota da Sesau:

 

Secretaria de Estado da Saúde - Nota ao T1 Notícias

A Secretaria do Estado da Saúde (Sesau) informa que ainda estão sendo investigados possíveis casos de colonização por organismos multirresistentes no Hospital Geral de Palmas (HGP), e que adota na rotina de procedimentos hospitalares protocolo de medidas de prevenção e controle de infecções em todas as alas de internação

A secretaria ainda informa que está sendo realizado procedimento chamado de limpeza terminal que auxilia no controle de possível infecção, conforme recomendações do Ministério da Saúde e Vigilância Sanitária, que incluem cuidados como reforço do processo de higienização (do ambiente, das mãos e preocupações de contatos), dos funcionários e dos pacientes, além da limitação do número de visitantes.

Tendo em vista o protocolo a ser seguido, a fim de controlar possível infecção, a Sesau mantém isolados sete leitos de UTI do HGP, mas ressalta que pacientes que necessitarem de vaga não ficarão sem atendimento. Além dos leitos de UTI existentes nos hospitais públicos, o Estado ainda mantém outros 29 leitos de retaguarda no serviço privado.

 

(Atualizada às 11h56 para troca de nota da Sesau)


 

 

 

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