MPE e Defensoria encontram problemas graves nos hospitais Dona Regina e Infantil

Diversas informações foram requisitadas pela promotora de Justiça para subsidiar a audiência que será realizada em abril, na Justiça Federal, referente à Ação Civil Pública da Gestão Hospitalar

Promotora se reúne com diretoria de Hospital
Descrição: Promotora se reúne com diretoria de Hospital Crédito: Foto: Ronaldo Mitt

Representantes do Ministério Público Estadual (MPE) e Defensoria Pública Estadual (DPE) estiveram, na quarta-feira, 2, e nesta quinta-feira, 3, no Hospital Infantil de Palmas (HIP) e no Hospital e Maternidade Dona Regina para verificar as condições de atendimento às crianças, abastecimento de medicamentos, quadro de profissionais, entre outras situações.

 

De acordo com diretora-geral do Hospital Infantil, Leiliani Alves da Silva, todos os cinco cirurgiões pediátricos que atuam no Tocantins fazem escala no HIP, mas a demanda de pacientes ainda é grande, havendo necessidade de contratações. A diretoria do hospital recebeu a diligência dos órgãos de controle e apresentou informações sobre a atual situação no hospital, tendo em vista a greve dos profissionais da enfermagem.

 

Leiliani informou que o HIP está lotado e os principais problemas hoje verificados são a greve dos enfermeiros e a falta de cirurgiões pediátricos para fechar as escalas. A diretoria do hospital confirmou que as Comissões de Ética do hospital não estão funcionando, e que não existe interesse, por parte dos servidores públicos, em compor esta Comissão.

 

Ainda no hospital, a promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery solicitou a cópia do prontuário de uma criança que teve parte do intestino retirado após agravamento do seu quadro clínico, devido a uma suposta negligência no atendimento.

 

Mortes de crianças

Já no Hospital e Maternidade Dona Regina, o diretor administrativo da unidade, Giovani Padão Merenda, apresentou dados contestando denúncias de aumento do número de óbitos no hospital. De acordo com o diretor, em janeiro deste ano foram registradas 21 mortes, sendo 9 óbitos fetais e 12 óbitos infantis, que é quando o bebê chega a nascer com vida. Em 2015, o número de óbitos no mesmo período foi de 19 casos.

 

O cenário se repete no mês de fevereiro. Em 2016, foram 11 mortes contra 16 registradas no ano anterior. As principais causas dos óbitos foram: prematuridade extrema e sepse neonatal, síndrome clínica caracterizada por sinais e sintomas no primeiro mês de vida, com resposta multiorgânica.

 

“O fato de os óbitos fetais e neonatais ocorridos neste ano serem inferiores aos do ano passado não significa que o processo de trabalho no âmbito do HMDR esteja plenamente satisfatório. Recente auditoria realizada pelo DENASUS detectou inúmeras irregularidades no atendimento das gestantes e crianças. Outro problema grave é o encaminhamento de gestantes que deveriam ser atendidas em outros hospitais integrantes da rede hospitalar, agravado pelo fato de falhas no pré-natal, situações que podem contribuir para os óbitos e morbidades”, declarou.

 

Diversas informações foram requisitadas pela promotora de Justiça para subsidiar a audiência que será realizada em abril, na Justiça Federal, referente à Ação Civil Pública da Gestão Hospitalar.

 

(Com informações da Ascom/MPE)

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