OAB de Colinas media negociações e parte da população manifesta apoio a protesto

A Subseção da OAB em Colinas criou uma comissão que atua para garantir os direitos constitucionais de manifestantes, PRF e da população no direito de ir e vir durante paralisação na BR-153

Comissão recebe pauta de reivindicações
Descrição: Comissão recebe pauta de reivindicações Crédito: Subseção OAB Colinas

No início da noite desta quarta-feira, 11, os caminhoneiros voltaram a bloquear o km 242, da BR-153, em Colinas do Tocantins, onde o protesto já dura três dias. A rodovia havia sido liberada por volta do meio dia desta quarta e passou a tarde liberada. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, o tráfego seguia com fluxo normal, mas os caminhoneiros voltaram a interditar a pista em novo protesto. Parte da comunidade da cidade de Colinas e empresários estiveram no posto de combustíveis onde os motoristas se concentram para manifestar apoio ao movimento.

 

A Ordem dos Advogados do Brasil subseção de Colinas montou nesta quarta-feira, 11, uma comissão interna de advogados, que está desde o início da manhã atuando na preservação dos direitos constitucionais de todos os envolvidos na manifestação dos caminhoneiros, que estão fechando desde a madrugada da última segunda-feira, 9, parte da rodovia BR-153, no município, e que ocasionou nesta madrugada confronto com as polícias Rodoviária Federal e Militar.

 

O presidente da OAB Colinas, Sérgio Wacheleski disse em entrevista ao T1 no início da tarde desta quarta-feira, 11, que os advogados que compõem a comissão buscam atuar de forma a garantir os direitos tanto dos manifestantes, que tem suas reivindicações, quanto das pessoas que não querem ter seus direitos prejudicados por causa da manifestação.

 

“Na verdade está acontecendo um movimento aqui em Colinas onde a sociedade civil organizada não está apoiando a manifestação, mas vai atuar para garantir o direito dos manifestantes. A OAB não está se colocando nem a favor, nem contra, mas ontem teve uma manifestação e houve alguns excessos, então a gente resolveu instituir uma comissão, aí fomos pela manhã e conversamos com a PRF, conversamos com os manifestantes e marcamos novamente uma reunião nesta tarde no local do manifesto”.

 

O presidente da Subseção enviou ao T1 a pauta das reivindicações dos caminhoneiros, em que a categoria pede que haja “redução do preço do óleo diesel, criação do frete mínimo, refinanciamento onde todos os bancos aceitem as empresas ou pessoas físicas com restrições, anulação das multas nas manifestações anteriores, respeito às decisões do fórum do transporte que foi criado, liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50.000,00 para transportadores autônomos, reserva de mercado de 40% nas categorias onde o governo for o agente pagador, e ainda, regulamentação da profissão de3 motorista com aposentadoria de 25 anos de profissão e salário em todo território nacional, bem como gratificações”.

 

Por meio de nota enviada nesta quarta, o Sindicato dos Caminhoneiros do Estado do Tocantins informou que “não tem participação nem apoia os atuais protestos realizados por uma parcela de caminhoneiros nas rodovias tocantinense e brasileiras”. O Sindicato ainda afirma que “uma lista de reivindicação consistente não foi apresentada pelos manifestantes. Seu principal objetivo, os protestos contra o Governo, não faz parte da nossa competência, tão pouco é mais importante pauta para a classe transportadora. Esclarecemos, em fim, que devido ao forte teor político, as manifestações não contam com apoio da maioria das entidades representativas dos caminhoneiros do Brasil”.

 

Confira na íntegra a nota:

O Sindicato dos Caminhoneiros do Estado do Tocantins – Sindcam-TO vem esclarecer ao público que não tem participação nem apoia os atuais protestos realizados por uma parcela de caminhoneiros nas rodovias tocantinense e brasileiras. Sabemos que o Transporte de Carga é ferramenta e peça importante para o desenvolvimento e o progresso do País. Sabemos também que a categoria vem passando por muitas dificuldades; entretanto, não concordamos com o movimento, pois se assim fizéssemos, nos tornaríamos objeto de manobra de uma pauta que foge da nossa alçada e que entendemos não ser conveniente para o momento que vivi o País. Lembramos que uma lista de reivindicação consistente não foi apresentada pelos manifestantes. Seu principal objetivo, os protestos contra o Governo, não faz parte da nossa competência, tão pouco é mais importante pauta para a classe transportadora. Esclarecemos, em fim, que devido ao forte teor político, as manifestações não contam com apoio da maioria das entidades representativas dos caminhoneiros do Brasil, como Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, União Nacional dos Caminhoneiros, Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga em Geral do Estado de São Paulo e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários de Bens do Estado de São Paulo, entre outras entidades.

 

(Atualizada às 19h30)

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