Pioneiros relembram histórias dos primeiros anos: duros anos de implantação

Profissionais que fizeram parte da instalação de Palmas apontam as dificuldades daquele período e comemoram as conquistas destes 25 anos...

Há 25 anos surgiria a mais jovem capital do país: Palmas, fundada no dia 20 de maio de 1989. Para dar forma à cidade, vários profissionais, de diversas áreas, vinham chegando dos mais variados lugares, entre eles Lázaro Ferraz Campos, Marcio di Pietro, Oneildo Valadares e Joel Carneiro, alguns dos pioneiros que acreditaram na oportunidade que o novo representava no final da década de 80.

Ao contrário do que acontecia em grande parte das capitais brasileiras, em que cidades já instaladas deram origem ao Centro Administrativo do Estado, Palmas nasceu onde antes não havia nada. Nada além da poeira e dos sonhos dos pioneiros que acreditavam que o norte de Goiás poderia ser uma terra próspera.

Seu Lázaro Ferraz Campos era chefe de cerimonial do Estado de Goiás, chegou em 27 de dezembro de 1988, depois de receber o convite do então governador do Tocantins,  José Wilson Siqueira Campos, para preparar o cerimonial da instalação da capital tocantinense. “Aqui não tinha nada, era apenas uma fazenda onde estavam fazendo a última colheita de arroz e do milho” afirma.

Naquela época, nem mesmo o local para a instalação da capital havia sido escolhido, conta ele acrescentando que "certo dia a comitiva que acompanha o governador parou debaixo de um pé de fava de bolota, próximo ao Água Fria, e lá tinha uma casinha onde o governador parou para tomar café e disse que ali seria a capital do Estado”, relembra o chefe de cerimonial que conheceu vários países do mundo, mas garante que hoje Palmas se tornou uma cidade linda, da qual não pretende sair nunca mais.

Assim como seu Lázaro, o empresário Oneildo Valadares chegou ainda nos primeiros anos de criação da cidade e é dele o primeiro alvará lavrado em Palmas. Valadares disse que aqui faltava tudo, faltava infraestrtura, a população tinha que buscar água nos córregos das imediações, não havia mão de obra. "Uma das lembranças mais fortes é das ruas abertas e o chefe das máquinas com o mapa nas mãos, indicado que o lote que eu comprei tinha um pé de Jatobá, era essa a única referência que eu tinha para localizar“, relembra saudoso.

Oneildo Valadares chegou a Palmas em janeiro de 1990, vindo de Porangatu, cidade goiana, acompanhado da esposa e três filhos. Aqui criou a família e instalou uma empresa na área de construção civil. "Hoje Palmas é um polo que atende o estado e outros estados como Bahia, Pará e Maranhão em vários segmentos", garante o empresário.

Um dos primeiros fotógrafos que aportou na capital do Tocantins foi Marcio di Petro. Ele chegou à região onde seria a capital durante a campanha eleitoral de 88 e de lá para cá acompanhou os principais fatos históricos que marcaram a instalação e o desenvolvimento de Palmas. Ele explica que no início todos se dividiam entre Palmas e Miracema, se arrumando como podiam em alojamentos de construtoras.

“Naquela época éramos muito unidos, havia um clima de companheirismo e solidariedade muito grande”, destaca o repórter fotográfico. Di Pietro reforça o orgulho que tem de ter participado dessa história e disse que tira de tudo isso a certeza de que podemos modificar a realidade de uma área, promovendo o desenvolvimento e melhorando a qualidade de vida da população que pertencia ao norte de Goiás.

Chegando a Palmas para montar o primeiro ambulatório e atender a população que vinha para o lançamento da Pedra Fundamental, o médico Joel Carneiro, natural do Rio Grande do Sul, conta que veio a Miracema, a então capital do Estado, a convite de um amigo. Estando lá outro colega pediu para que ficasse pelo menos até a chegada de um outro profissional, mas desta data até agora já se passaram 25 anos. O médico trouxe a esposa e os três filhos, ajudou na instalação do primeiro ambulatório de Palmas e foi o primeiro presidente do Conselho Regional de Medicina do estado. 

Sobre as dificuldades na saúde naquele período, ele conta que tudo era muito precário e que os casos mais graves e os partos eram encaminhados para Porto Nacional. Segundo ele havia muitas dificuldades, mas tinha também muita esperança no desenvolvimento da nova capital. Fazendo uma análise destes 25 anos da saúde na capital, o médico aponta que a saúde de Palmas ainda carece de muita estrutura, mas por outro lado evoluiu muito.

Entre todos os pioneiros, o mesmo sentimento: de que valeu a pena.

 

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