Presidente da Ruraltins é conduzido à PF e depõe sobre suposto crime de peculato

Pedro Correa com mais nove pessoas foram conduzidos por meio de mandato coercitivo para prestar depoimentos sobre a compra irregular de produtos usados em cestas doadas a autoridades do estado

Delegado Júlio Fujiki, da Polícia Federal
Descrição: Delegado Júlio Fujiki, da Polícia Federal Crédito: T1 Notícias

Foi conduzido para depor na tarde desta quinta-feira, 7, na sede da PF, o presidente da Ruraltins, Pedro Dias Correa da Silva, suspeito da prática do crime de peculato na modalidade desvio. Ele foi acusado, numa denúncia anônima, de ter adquirido produtos de pequenos produtores por meio do setor de compras do órgão, utilizando verba federal, para montagem de cestas que já estavam sendo distribuidas gratuitamente às principais autoridades do estado.

 

O presidente e mais nove pessoas foram conduzidas até a superintendência da Polícia Federal por meio de um mandato de condução coercitiva, para prestar depoimento.

 

Segundo o delegado Júlio Fujiki, a PF teve acesso à ocorrência por meio de uma denúncia anônima, informando que a Ruraltins estava adquirindo alguns produtos dentro do Programa de Aquisição de alimentos Compra Direta e montando cestas para dar à autoridades do Tocantins.

 

A PF constatou que na última quarta-feira, 6, foram entregues 24 cestas na Assembleia Legislativa e que algumas chegaram a ser entregues a outras autoridades, que não tiveram o nome revelado, nesta quinta. O delegado ressaltou que as autoridades não são investigadas, já que receberam as cestas como um agrado, sem saber da procedência.

 

A PF solicitou à justiça um mandato de busca e apreensão, e nas diligências encontrou documentos que comprovam as compras dos produtos. “A versão inicial seria de que esses materiais que eles receberam para as montagens das cestas seria de doações”, afirmou o delegado.

 

“Nós ainda estamos no início da investigação, mas na Ruraltins hoje, nós apreendemos dois processos de aquisição de produtos e coincidentemente, nas notas fiscais desses dois processos os produtos coincidem. Tanto em relação aos produtores do produto, a data de fabricação desses produtos, então a coincidência é muito grande”, relatou o delegado Fujuiki ao Portal T1 Notícias.  

 

Após prestar os depoimentos, os responsáveis serão encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) onde realizarão exame de corpo delito. O delegado não informou se eles serão encaminhados para prisão. 

 

"O presidente do inquérito, que é o delegado Josean, ainda está efetuando os procedimentos relativos a essa situação, então somente ao final dos trabalhos do delegado é que nós vamos saber qual será os procedimentos com relação aos conduzidos", disse Fujiki. 

 

O T1 Notícias solicitou à Secretaria de Comunicação do Estado posição oficial do governo sobre o assunto. Segundo o secretário Rogério Silva, ainda não existem informações claras sobre o caso, uma vez que as pessoas levadas para depor estão isoladas. "Acreditamos que não há conduta ilícita até pelo histórico do Pedro, pessoa conhecida e conceituada. O que pode ter havido é compra de produtos para atender os objetivos legais e a doação de itens para promoção dos próprios produtores. Vamos aguardar para então o governo se posicionar", finalizou. 

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