O processo que corria na Justiça envolvendo uma equipe da TVE desde janeiro deste ano deve ser arquivado nos próximos dias. O Ministério Público Estadual (MPE) emitiu parecer pelo arquivamento dos autos por considerar o fato atípico e o juiz Kilber Correia Lopes, de Araguaína, seguiu o parecer do promotor de justiça.
Em sua decisão, o magistrado afirma que “o fato narrado no presente Termo Circunstanciado não configura qualquer crime ou contravenção” e determina o arquivamento do processo com as devidas baixas, após o trânsito em julgado. A decisão do juiz Kilber Lopes é do dia 26 de fevereiro.
Entenda o caso
No dia 14 de janeiro deste ano a repórter Irleide Vieira Da Silva [Leide Vieira] e o cinegrafista Maikon Lopes de Sousa, ambos da TVE, foram obrigados a assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) após ficarem quatro horas detidos na DEIC de Araguaína.
O TCO assinado indicava desobediência, recusa de dados de identificação e qualificação pessoal e falta do porte de documento de identificação pessoal. Conforme a repórter informou ao Portal T1 Notícias naquela ocasião, a equipe estava na delegacia acompanhando a transferência de um veículo para a cidade de Colinas, já que a caminhonete S-10 havia sido apreendida pela equipe da outra cidade durante uma operação em Araguaína.
À época o T1 Notícias apurou que havia um desentendimento policial entre as delegadas de Colinas, Olodes Maria Oliveira Freitas, e a titular da delegacia de Araguaína, Maria Dinesitania Cunha [Dr. Tânia], o que poderia ter dificultado o trabalho de transferência do veículo.
A equipe de reportagem da TVE foi detida após a Dra. Tânia pedir seus documentos pessoais, no entanto os documentos estavam no carro da imprensa, do lado de fora da delegacia. A delegada não teria autorizado eles irem ao veículo buscar as identidades e os deteve.
Marido diz que delegada é bipolar
Além da conduta da delegada titular de Araguaína, outro ponto que gerou polêmica sobre o caso foram as declarações do marido de Maria Dinesitania Cunha, que afirmou em entrevista ao T1 Notícias que a esposa sofria de distúrbio bipolar e que fazia tratamento para controlar o transtorno.
O marido da delegada é escrivão de polícia da mesma delegacia e relatou ainda que as equipes de reportagem chegaram abordando a esposa [Dra. Tânia] com as câmeras ligadas, perguntando sobre o caso, o que teria deixado ela nervosa e a fez se sentir coagida, isso devido a uma doença rara, porfiria aguda, que afeta o sistema nervoso e deixa a delegada alterada, conforme explicou o marido.
Marido de delegada que autuou equipe da TVE justifica que mulher é 'bipolar'
O T1 Notícias entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), na manhã desta segunda-feira, 03, para saber os resultados da investigação que seria feita pela Corregedoria, mas as ligações não foram atendidas.
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