Sem dados de pedofilia, violência sexual lidera crimes contra crianças em Palmas

Delegada de proteção à Infância, Maria Neta estava de licença médica quando Laura Vitória desapareceu. Ela revela que violência sexual lidera ranking de crimes contra crianças na capital...

Delegada Maria Neta
Descrição: Delegada Maria Neta Crédito: Foto: T1 Notícias

Aos 55 dias do desaparecimento da menina Laura Vitória de Oliveira Rocha, de 9 anos, no Lago Sul em Palmas, o delegado titular da Homicídios em Palmas, Sérgio Kennup, recusou-se a falar esta semana com a equipe do T1 Notícias sobre o andamento das investigações sobre o paradeiro da menina. Ele afirma não ter novidades e não poder revelar nada mais sobre as investigações em curso.

 

Aparentemente sem pistas que possam levar à localização da menina desaparecida, uma das últimas linhas de investigação admitida pela Homicídios é de que Laura possa ter sido vítima da ação de um pedófilo.

 

Em off, uma fonte ligada à segurança pública afirma que um criminoso com o perfil de cometer abuso contra crianças e adolescentes e que era monitorado pela Polícia Civil na região Sul de Palmas – Lago Sul e Taquari – pode ser o maior suspeito de ter levado Laura Vitória naquele sábado de janeiro. Ele encontra-se em destino ignorado.

 

Para refazer os passos da menina, o T1 Notícias buscou informações junto à Delegacia de Proteção à Infância, especializada que recebe as queixas de desaparecimento de crianças e adolescentes na Capital. O primeiro problema são as estatísticas apresentadas pela Secretaria de Segurança Pública. Nelas, há registro de 22 crianças desaparecidas ao longo do ano de 2015 em Palmas e 23 encontradas. Uma a mais do que as que desapareceram.

 

Diante do desencontro das informações, a delegada titular da Delegacia de Proteção à Infância de Palmas, Maria Neta, recebeu o T1 Notícias na semana que passou para explicar como funcionam as investigações em caso de desaparecimento de crianças e adolescentes,  e admitiu a falta de um protocolo a ser seguido para encontrá-las, a precariedade de condições físicas da delegacia – que divide uma viatura em péssimas condições com outra delegacia – e alertou para o fato de que casos de pedofilia não são computados nos registros desta forma.

 

“Pedofilia não é crime tipificado no Código Penal. Aqui a gente recebe muitas denúncias que se enquadram no conceito de pedofilia, mas temos que tipificar nos crimes previstos no CPC: estupro, estupro de vulnerável, e outros que caracterizam a violência sexual”, afirma ela.

 

Fora da delegacia na data do desaparecimento de Laura Vitória, ela conta que precisou tirar uma licença médica, seguida de férias, após dois anos à frente da Delegacia. “A carga aqui é pesada. Às vezes a gente se sente impotente, com tantos casos que levamos ao Judiciário, mas os autores destes crimes permanecem soltos, devido às brechas da lei: primariedade, bons antecedentes, residência fixa, trabalho”, desabafa.

 

Acompanhe a entrevista completa.

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