Servidores conveniados ao Plansaúde denunciaram que não estão encontrando atendimento em diversas especialidades como ortopedia, urologia e oftalmologia, em Palmas. O atendimento, conforme o Portal T1 Notícias apurou, foi suspenso pelos profissionais por falta de pagamento. A dívida atual do governo com os prestadores de serviços conveniados ao Plansaúde é de R$ 25 milhões, segundo a Secretaria da Administração (Secad).
Na tarde desta sexta-feira, 29, a equipe doT1 Notícias também confirmou as denúncias dos usuários de que em algumas clínicas está sendo cobrado um valor por fora do plano para consultas.
Entramos em contato com clínicas de urologia e tentamos agendar uma consulta pelo Plansaúde, no entanto, foi informado que "o atendimento pelo plano foi suspenso por tempo indeterminado". O motivo, segundo a atendente seria a falta de pagamentos do plano aos médicos. A atendente sugeriu ainda que, se quisesse agendar a consulta, “para clientes do Plansaúde o médico está cobrando R$ 150,00”.
Os estabelecimentos que ainda mantêm o atendimento pelo Plansaúde ameaçam suspender o serviço. É o caso de uma clínica de oftalmologia da capital. Ao ligar, como usuário do plano, foi informado que hoje seria o último dia que estaria sendo feito agendamento de consulta pelo plano e que o serviço seria suspenso "até que o pagamento seja reestabelecido".
A reportagem, se passando por usuário, falou por telefone no departamento do Plansaúde na Unimed Palmas e recebeu a notícia de que apenas um médico ortopedista está atendendo pelo plano. “No momento, os médicos estão com o atendimento suspensos. Eles estão em negociação [com o governo]. Só tem um que ainda está atendendo”, disse a atendente.
Questionamos ainda sobre a cobrança de R$ 150 que está sendo feita por algumas clínicas aos usuários do Plan e a atendente disse que “isso não pode acontecer. Se eles estão com o atendimento suspenso eles não podem cobrar”.
Enquanto isso, sem opções, os usuários reclamam da falta de atendimento. Uma servidora que pediu para não ser identificada entrou em contato com o T1 Notícias e disse indignada que “como a gente já paga pelo plano e ainda vai ter que pagar por fora se quiser atendimento? Isso é um absurdo. Vem todo mês descontado no nosso contracheque”.
Sem previsão de pagamento
O Portal T1 Notícias cobrou esclarecimentos à Secretaria da Administração, que por meio de nota informou que o Plansaúde atende cerca de 90 mil usuários e que “conforme normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que regulamenta o Plano de Assistência a Saúde dos Servidores do Estado (Plansaúde) é proibido hospitais e profissionais credenciados ao Plano se negarem atendimento de urgência e emergência aos usuários cadastrados no Plansaúde”.
A Secad disse ainda que a dívida atual é de aproximadamente R$ 25 milhões, e que o atraso no pagamento se deve a ausência de liquidez financeira. A pasta não informou quando a situação deve ser regularizada.
Confira a nota da Secad na íntegra:
A Secad informa que hoje o Plansaúde atende cerca 90 mil usuários, dentre servidores e seus dependentes, e que conforme normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que regulamenta o Plano de Assistência a Saúde dos Servidores do Estado (Plansaúde) é proibido hospitais e profissionais credenciados ao Plano se negarem atendimento de urgência e emergência aos usuários cadastrados no Plansaúde.
A Secad informa ainda, que qualquer ocorrência neste sentido o usuário deverá informar a direção do Plansaúde.
A dívida atual é de aproximadamente R$ 25 milhões, incluindo pessoa física e jurídica e o atraso no pagamento se deve a ausência de liquidez financeira.
A Secad reitera que está acompanhando a situação do Plansaúde em constantes reuniões com os sindicatos dos hospitais e profissionais da área a fim de normalizar os atendimentos.
O Plansaúde possui em toda a rede, 30 hospitais, 278 clínicas e 532 médicos credenciados.
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