Servidores do Hospital Regional de Guaraí informaram na manhã desta segunda-feira, 19, ao T1 Notícias, que os técnicos da área de radiologia da unidade trabalham há seis meses sem os dosímetros, que são monitores utilizados para determinar o nível de doses de radiação recebida pelo usuário como decorrência de seu trabalho.
De acordo com uma servidora que preferiu não se identificar, oito técnicos trabalham no local sem o equipamento, que seria fornecido por uma empresa de São Paulo, mas teve o provimento interrompido. “Sabemos aqui que a empresa parou de fornecer o serviço porque o Estado estaria devendo. O hospital de Guaraí não é único, sabemos ainda que várias unidades do Estado estão na mesma situação”, disse a servidora.
Os servidores informaram ainda que a situação já foi comunicada à direção do Hospital e caso não sejam tomadas providências os técnicos paralisarão os serviços nos próximos dias. “Não temos como trabalhar nessas condições, nos expondo a riscos dessa forma”, disse a servidora.
O monitor de tórax é o mais comum utilizado na radiologia. O dispositivo é composto de cristais com propriedades termoluminescentes, ou seja, quando os cristais são aquecidos a certa temperatura, eles emitem luz ultravioleta cuja intensidade é proporcional à dose da radiação que incidiu no dosímetro. A dosimetria individual é uma medida que além de permitir a determinação da dose de cada usuário, permite ainda uma indicação das condições de funcionamento da aparelhagem utilizada. Dose elevada pode indicar maneira incorreta de trabalho e riscos ao trabalhador. Com o uso do dosímetro o hospital ou clínica não só cumpre a Portaria 453/98 da SVS/MS, como também cumpre a legislação trabalhista.
Por meio de nota enviada ao T1, a Secretaria de Estado de Saúde informou que está em fase final o processo de contratação da empresa que vai oferecer o serviço de dosimetria ao Hospital Regional de Guaraí (HRG). “A Sesau esclarece que vem, dentro das normas legais, buscando dar a máxima agilidade ao andamento do processo”, informou o órgão. Apesar de questionada pelo T1, a Sesau não confirmou a razão da interrupção do fornecimento do equipamento e nem quais outros hospitais do Estado estariam na mesma situação.
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