O golpe e outras coisas sem sentido

A presidente Dilma Rousseff, Lula e os militantes petistas continuam insistindo que o processo de impeachment é um golpe contra a democracia. Nada mais inverídico e surreal.

 

O processo de impeachment está previsto nos arts. 85 e 86 da CF/88, bem como na Lei 1.079/50. Foi discutido amplamente pelo Supremo Tribunal Federal, que inclusive normatizou as regras para a condução do processo, repetindo praticamente as mesmas regras que levaram ao impeachment do presidente Fernando Collor de Mello.

 

Quando a presidente Dilma, na semana passada, ameaçou utilizar a tribuna da Organização das Nações Unidas para “denunciar” o golpe, o ministro decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, se manifestou a respeito da situação absurda e falsa assumida pela presidente. Resultado: ela recuou e não usou a tribuna da ONU. Mesmo assim, utilizando as instalações da embaixada brasileira, deu entrevista “denunciando” o tal golpe, que só existe na cabeça dela, do Lula, dos petistas e de outros menos honestos, tanto do ponto de vista intelectual, ético, legal e histórico.

 

Amigos leitores, o que não é dito e nem abordado pela imprensa nacional é que foi a presidente Dilma e seus correligionários que tentaram dar o golpe na década de 60 e foram impedidos. Na verdade o que ela queria era substituir a ditadura “deles” pela ditadura dela. A presidente Dilma e seus militantes nunca lutaram pela democracia. Lutaram pela implantação da ditadura do proletariado, como foi feito na Rússia, em Cuba, na China, na Coreia do Norte e em tantos outros países do leste europeu, na Ásia e na África. Esses intentos estavam escritos em todos os manuais seguidos na época pela presidente Dilma e pelos militantes que ansiavam em implantar a sua própria ditadura.

 

É uma inverdade histórica dizer que a presidente Dilma lutou pela democracia. Isso nunca ocorreu. Quando ela teve acesso ao poder pelos instrumentos democráticos, utilizou esses mesmos instrumentos para tentar destruir o sistema democrático: desrespeitou o congresso nacional, ignorou as leis, comprou os pobres com as inúmeras bolsas sociais (com milhares de inscrições fraudulentas) e ainda comprou os ricos com o dinheiro do BNDES.

 

Mas não deu certo e a fatura chegou. Agora, mais uma vez usa da inverdade, da mentira, da hipocrisia para dizer que não fez e que não tinha conhecimento do que foi feito em seu favor. Não podemos esquecer que a presidente Dilma foi a maior beneficiária da roubalheira implantada na Petrobrás e no sistema público brasileiro. Todas a contribuições (delações) premiadas demonstram que o dinheiro desviado foi utilizado nas campanhas que a elegeram. Tudo com o conhecimento dela. Ela foi a Presidente do Conselho Deliberativo da Petrobrás. Foi ministra da Casa Civil, braço direito do presidente Lula e depois presidente da República. Sempre foi detalhista e minuciosa em suas ações. E agora dizer que não tinha conhecimento e que não sabia de nada, sendo ela a maior beneficiária, é uma aberração.

 

Nos últimos 13 (treze) anos, vimos o presidente Lula e a presidente Dilma desfilarem e cortejarem ditadores da estirpe de Muammar Kaddafi, Mahmoud Ahmadinejad, Hugo Chaves, Nicolás Maduro, Fidel Castro, Raul Castro, que chefiavam e chefiam países onde existem inúmeros presos políticos e perseguições de todos os gêneros. Tudo isso diante de todos, sem o menor pudor ou constrangimento. Na verdade a presidente Dilma Rousseff nunca defendeu a democracia, pelo contrário, tentou de todas as formas macular a democracia e as liberdades individuais.

 

A presidente Dilma Rousseff está acostumada a praticar desmandos. Iniciou sua carreira política assaltando e praticando outros crimes, não pra proteger o sistema democrático, mas para tentar substituir uma ditadura instalada por outra ditadura, mais perversa e mais iníqua. Todos os países onde pessoas como a presidente Dilma Rousseff tiveram sucesso em seus intentos, o resultado foi a morte e o desaparecimento de milhões de pessoas, onde todas as liberdades foram suprimidas e a roubalheira estatal incontrolável foi a tônica da administração.

 

Dilma Rousseff não é honesta e nem ingênua. Seus atos na presidência da república, demonstram que ela continua sendo a mesma pessoa, com a capacidade de assaltar e pilhar o que é dos outros para atingir seus intentos, só que agora de forma mais sofisticada. Por isso, esse argumento de que o impeachment é golpe nada mais é do que uma ofensa as instituições constituídas, uma agressão ao processo histórico do Brasil, bem como uma afronta à inteligência dos brasileiros.

 

É isso.

 

Marcelo Cordeiro é advogado, pós-graduado em administração pública, mestrando em Direito Constitucional pelo IDP, ex-juiz do TRE/TO. Escreve toda semana na coluna Falando de Direito.

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