A visão de negócio chega ao governo: até que enfim, um que vai dividir o lucro com todos os sócios

Ontem, quinta-feira, três boas notícias foram produzidas pelo governo para tocantinenses de interesses diversos. A melhor de todas é a que sinaliza uma visão de negócio no governo nestes meados de abril. Vejam bem: o governador Siqueira Campos decidi...

Escrevi aqui há algum tempo sobre a diferença que se nota entre Palmas e Luiz Eduardo Magalhães-BA, Gurupi e Porangatu-GO, para ficar só nestes dois exemplos. O movimento, a circulação de moeda, a efervescência dos comércios, do setor de serviços. Tudo o que faz uma comunidade caminhar com as próprias pernas, sem a dependência nefasta, insidiosa e às vezes humilhante do poder público.

A diferença que provocou a transformação do antigo Mimoso, na Bahia, para a próspera Luiz Eduardo Magalhães, pode ser resumida em duas palavras: incentivos fiscais. Pois bem, entre as três notícias positivas que ouvi ontem no Palácio Araguaia, a mais interessante foi esta: o governo vai dar um incentivo de 15% a empresas geradoras de empregos para que se instalem no Tocantins. Indústrias, bem entendido. Empresas que agreguem valor aos nossos produtos primários. Já não era sem tempo.

Indústria, emprego, imposto

A decisão, foi resumida pelo governador Siqueira Campos em uma frase: “Prefiro o emprego ao imposto”. Ele, e nós também. E por que digo isto, correndo o risco de que uns e outros insistam em chamar este portal de governista? Por que não tenho a menor dificuldade em defender o que acho positivo para o Tocantins e nenhum problema em elogiar o governo, quando a iniciativa merece.

Tentem responder a esta pergunta: quem carrega a economia do Tocantins? quem sustenta a máquina pública com toda sua riqueza, ostensiva ou não? Quem banca os salários dos servidores públicos, com seu plano de saúde, férias e 13º, progressões e todo o pacote de direitos?

Eu respondo: uma imensa massa trabalhadora que se move fora das hostes do governo. Agricultores, pecuaristas e comerciantes. O Tocantins ainda não conseguiu escapar desta tríade. Está vivendo no atraso por que nossa economia sequer entrou na fase da industrialização, vivida por Goiás- nosso irmão mais velho – já há décadas.

Com o incentivo, virão as indústrias. Com elas o emprego. E no mesmo pacote que eles a necessária independência do poder público, que já não é – convenhamos – a viúva rica. Tá mais para a viúva pobre, com muitos filhos e que o último marido deixou endividada.

Estradas na zona rural: essencial

Das outras duas boas notícias, a primeira atende à sofrida população da zona rural, atendida pelas estradas vicinais em péssimo estado de conservação, e que o dinheiro do PDRS vai resgatar do isolamento. Imaginem: um estado que depende da sua agricultura, com estradas de chão intrafegáveis, retendo o escoamento da sua produção. “É pra acabar”, como diria aquela personagem de programa humorístico famoso.

Finalmente, diante da incerteza sobre como o Estado resolverá a substituição dos comissionados por concursados - e não por contratos temporários – surge ontem a determinação do governador ao secretário de administração para que agilize o levantamento de cargos a serem oferecidos por um novo concurso do Quadro Geral.

Digam o que quiserem os críticos, mas em meio a tantas crises, financeiras para a máquina pública, e pessoais para os que estão à frente do governo, o motor deu partida. Para o bem de quem sustenta tudo isto com a força do trabalho, gerando impostos e esperando chegar o dia de ver este esforço recompensado.

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