O PSD é mesmo a bola da vez para quem está em situação incômoda ou arriscada dentro de sua agremiação política e tem uma destas duas pretensões: aproximar-se da base do governo estadual, sem soar como adesista, ou preparar terreno para disputar as eleições de 2012.
Deste começo de maio até setembro são cinco meses de muita conversa e acertos por parte de quem quer traçar novos caminhos. Na Assembléia Legislativa, por exemplo, a tendência é que o primeiro semestre do ano termine de um jeito, e agosto comece de outro.
É que além de Solange Duailibe – expulsa do PT pela direção regional – mais quatro deputados estaduais conversam e afinam interesses para desembarcar no PSD, de Kátia Abreu. A diferença é que irão sem as amarras da fidelidade partidária. Poderão compor uma bancada de centro, apoiando o governo em questões pontuais, mas sem o impedimento de votar contra, quando o caso requerer.
Raul deve ser mantido no PT, mas comando de Donizete inviabilizaria permanência
Um dos fatores determinantes nesta nova cena, deve ser a decisão de Raul Filho. Fontes do Site Roberta Tum ouvidas na última semana garantem que o PT Nacional reverte a decisão do Regional, e anula a expulsão do prefeito e da primeira-dama da capital. Mas por outro lado não retira o partido do comando de Donizete Nogueira. Evitando decisões traumáticas para ambos os lados, a Nacional cumprirá seu papel, mas não dará condições a que Raul permaneça no partido.
Se migrar para o PSD, Raul pode costurar uma aliança maior, por que tem um grupo e precisará dele para crescer e fazer crescer a nova legenda. Além de Solange, Vanderlei Barbosa (PSB) pode migrar para o PSD. Ninguém desconhece seu sonho de ser prefeito de Palmas, e este é um caminho que pode ser pavimentando. Se não para o próximo ano, dentro de um projeto de grupo, para 2016.
Na bancada do PMDB em primeiro mandato, Vilmar do Detran é outro deputado que pode optar pela linha do meio, até como forma de atender suas bases. Seu perfil indica que não ficará quatro anos na oposição se isso significar fazer oposição pura e simplesmente, sem perspectiva de crescimento político.
Novamente a posição de Solange Duailibe surge como fiel na balança. Em questões recentes em que não concordou, foi ela quem quebrou o empate que favorece a oposição. Demonstrou que não votará contra o governo em todas as pautas, como questão fechada. E se ela não vota, tanto faz 11, como 10, 9 ou seis votos:a oposição fica em desvantagem.
Mais dois deputados têm conversado muito sobre a possibilidade de migração para o PSD, mas são nomes guardados a sete chaves pelos articuladores deste novo movimento.
Deputados não abrem mão de dividir poderes de Moreira com a Mesa
Dentro da Assembléia segue a briga para dividir os poderes do presidente na polêmica resolução que Raimundo Moreira não quer colocar em votação. Na divisão dos poderes, a oposição é monolítica e conta com a compreensão de pelo menos dois deputados da bancada do governo sobre o que pretende fazer.
Poucos parlamentares concordam com a manutenção dos poderes concentrados como estão na figura do presidente,não por serem governo ou oposição, mas pela preservação das características inerentes ao parlamento. Resta encontrar o meio termo que possa permitir um acordo nos próximos dias.
A semana que começa aparentemente tranqüila é de muitos acertos e costuras de bastidores. A boa vontade para as composições, no entanto, passa pela capacidade do governo de demonstrar que será capaz de conciliar interesses com os divergentes e de acomodar melhor os seus na estrutura de poder.
Se for capaz, pode encerrar os primeiros seis meses de mandato melhorando o clima da convivência política e virando a página deste começo difícil em todos os aspectos.
Comentários (0)