Um artefato explosivo - provavelmente uma bomba caseira - explodiu na varanda de minha casa, na rua 24, centro de Taquaruçu por volta das 22h15 da noite passada, sexta-feira 26. Não foi ocasional, e nem é corriqueiro em Taquaruçu, que bombas explodam nos jardins na calada da noite. O ato, de extrema agressividade, partiu de um grupo de menores que gritou e xingou ao detonar o explosivo, com a clara intenção de - se não ferir - pelo menos intimidar.
Haviam comigo três adultos e duas crianças, uma das quais estava ao meu lado, a menos de um metro do local da explosão (foto). Em seguida ao barulho, veio a correria, e dois dentre os envolvidos nós conseguimos alcançar. O estrondo chamou os vizinhos que moram aos fundos, na praça Maracaípe. Eles aguardaram conosco a chegada da polícia militar e o registro da ocorrência.
De Taquaruçú foi necessário seguir para Palmas, até o 4º DP para registrar os fatos, já que em Taquaruçu a delegacia fecha na sexta e só reabre na segunda-feira. Os menores foram transportados pela própria Polícia Militar. Um deles, praticamente uma criança, é parente do vereador que representa este distrito. Ele seguiu acompanhado pela avó, após ser repreendido pela mãe, publicamente, por estar envolvido no ato criminoso.
O outro, bem maior no tamanho, e menor de idade, também seguiu acompanhado pela responsável. Ao imputarem um ao outro a responsabilidade pela detonação, chegaram a citar dois outros menores, filhos de pessoas conhecidas da cidade. Ao sair da delegacia, para retornar à Taquaruçu paras acompanhar a perícia, deixamos os dois depondo na delegacia.
O fato mais recente na verdadeira guerra que se trava neste lugar pelo respeito à lei eleitoral, e ao direito das pessoas divergirem nas suas opiniões, foi a publicação de matéria jornalística na quinta-feira, 25, relatando a distribuição de panfletos de forma irregular em Taquaruçu. Esta matéria gerou uma série de emails agressivos a mim e a este blog. A alegação de partidarismo e parcialidade feita à segmentos da imprensa pelo próprio vereador Wanderlei Barbosa na tentativa de desacreditar os fatos, ficou evidente.
Depois de uma bomba de efeito moral - por que graças à Deus, ninguém foi ferido - quero apenas que os fatos não sejam mais uma vez distorcidos ou encobertos. Tenho dito aqui, desde o princípio de meus comentários neste blog, que a verdade deve estar acima das paixões políticas. Uma breve leitura dos meus editoriais vai revelar vários textos positivos às campanhas de Marcelo Lélis, de Raul e de Nilmar.Quem se der ao trabalho de ler vai perceber que a maioria dos textos são bem críticos também ás três campanhas. Faz parte da rotina do jornalista observar, relatar, criticar.
Taquaruçu é Palmas, é Brasil, e não pode ser tratado como o quintal de alguém poderoso, onde tudo acontece, a lei fica em segundo plano e as pessoas devem se calar. Antes de ser jornalista, sou cidadã, sou moradora de Taquaruçu, e vai ser preciso bem mais que uma bomba caseira para me intimidar.
Roberta Tum
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