Pode não ser definitivo e não se pode tomar como adesão "ad eternum" o gesto dos três deputados que cerraram fileiras na oposição ao governo em fevereiro e ontem permitiram quórum e votação unânime em favor da indicação de Leide Mota no TCE.
A vaga, como se sabe, é reivindicada pelos procuradores do tribunal. Mas nem o presidente, Severiano Costandrade Aguiar se manifestou claramente sobre a quem pertenceria o direito de indicá-la, quando instado a fazê-lo oficialmente pela Assembléia Legislativa.
Deputados da bancada que era de oposição, e na semana passada passou a ser independente, não compareceram na noite desta quinta para votar. Quem garantiu o quórum foram exatamente eles: Sandoval Cardoso(PMDB), Eduardo do Dertins (PPS) e Vilmar do Detran(PMDB).
Seriam estes os três votos com os quais o governo contava no começo do ano e que não apareceram no dia em que a deputada Solange Duailibe(PT) enfrentou Raimundo Moreira(PSDB) na disputa pela presidência? Quem sabe um dia, teremos uma resposta tranquila a esta pergunta.
Quebra do bloco monolítico dos 12 começou com Solange
O fato é que Solange foi a primeira a quebrar a hegemonia dos 12, quando se recusou a votar contra o Orçamento e deixou claro que não reduziria a 10% a margem de remanejamento do governo do Estado, como defendiam alguns dos mais radicais.
Depois daquela votação, o bloco dos 12 nunca mais foi o mesmo. O confronto mudou de tom e devagar parece que os deputados que antes se posicionavam claramente na oposição, vão flexibilizando discurso, prática e voto.
A situação pode ainda não ser aquela confortável. Afinal, o governo venceu ontem sem o apoio do prefeito Raul, ao qual estão ligados Vanderlei Barbosa e Solange Duailibe. Num cenário de junção de forças, o andar da carruagem pode acomodar 17, e não só 15 votos nesta cumbuca.
Se nada de muito esdrúxulo acontecer para quebrar o clima de aproximação que já está no ar na Assembléia Legislativa, a oposição vai perdendo votos e espaço e pode terminar reduzida a menos, bem menos do que anunciava no começo do ano.
Se é bom ou ruim este movimento que já se anuncia na Casa, o tempo é que vai mostrar. Mas esta votação, da indicação de Leide Mota para o TCE, vai ficar na história como o divisor de águas nas decisões deste começo de quarto governo Siqueira Campos.
Nesta terça, 17, os governistas mataram o leão do dia em grande estilo. Numa votação por unanimidade os 15 votos favoráveis ao governo finalmente deram o ar da graça na praça.
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