Zenóbio frustra férias de mais de 3 mil professores, ajusta o caixa e joga desgaste na conta de Raul

A semana chega ao fim no dia em que se comemora o aniversário dos 22 anos de Palmas, com notícias boas, e outras ruins. Pelo menos para uma parte considerável de servidores públicos: os professores da rede municipal de ensino que estavam com férias p...

Há dois dias recebemos os ecos da insatisfação de milhares de professores da rede pública de ensino de Palmas com uma decisão impopular do secretário de Educação do município, Zenóbio Júnior: cancelar as férias de todos eles, programadas para o próximo mês de julho, quando as escolas estão em recesso.

O tema levou professores à Câmara Municipal na quarta-feira, inconformados com o adiamento das férias para daqui há um ano, no próximo mês de julho. No fundo da questão, um ajuste de caixa parece ser o objetivo do secretário, que descobriu uma forma de compensar o pagamento do aumento salarial de pouco mais de 6% já no próximo mês.

Os professores tradicionalmente tiram férias todos os anos junto com os alunos, em julho. Ocorre que legalmente, a maioria deles completa um ano de serviço prestado a cada mês de agosto. É o caso de todos os que foram aprovados no concurso de 2005. Desta forma, para não ter que dar férias em mês de aulas, a prefeitura vinha concedendo o benefício em julho, assim como fazendo o pagamento proporcional das férias.

Ao perceber que a concessão do benefício acontecia no 11º mês trabalhado – por uma questão prática – e que legalmente poderia conceder o gozo dos 30 dias de férias até um mês antes de completado o segundo período de férias (julho do ano seguinte), Zenóbio determinou a mudança.

Conclusão: frustrou os planos e a programação financeira de toda a categoria. A gritaria foi geral, porque, na prática, os professores trabalharão 1 ano e 11 meses sem férias, para gozá-las somente no ano que vem.

Com Danilo de Melo, antecessor de Zenóbio, a coisa era diferente. Mas esta foi a saída encontrada pelo substituto, para, dentro da lei, conseguir diminuir o impacto do pagamento do reajuste salarial. Tudo muito certo se com este ato não estivesse arranhando a boa relação do prefeito com os professores que fazem da Educação na Capital, algo notável, além das escolas de tempo integral.

Não dá para saber se a economia compensa o desgaste na imagem do prefeito justamente numa das categorias onde escapa ileso de críticas. Nem se a medida é realmente necessária. De toda forma, foi o presente que os professores receberam na véspera do aniversário da cidade. Uma iniciativa de Zenóbio, a ser debitada na cota política de Raul.

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