Há dois dias recebemos os ecos da insatisfação de milhares de professores da rede pública de ensino de Palmas com uma decisão impopular do secretário de Educação do município, Zenóbio Júnior: cancelar as férias de todos eles, programadas para o próximo mês de julho, quando as escolas estão em recesso.
O tema levou professores à Câmara Municipal na quarta-feira, inconformados com o adiamento das férias para daqui há um ano, no próximo mês de julho. No fundo da questão, um ajuste de caixa parece ser o objetivo do secretário, que descobriu uma forma de compensar o pagamento do aumento salarial de pouco mais de 6% já no próximo mês.
Os professores tradicionalmente tiram férias todos os anos junto com os alunos, em julho. Ocorre que legalmente, a maioria deles completa um ano de serviço prestado a cada mês de agosto. É o caso de todos os que foram aprovados no concurso de 2005. Desta forma, para não ter que dar férias em mês de aulas, a prefeitura vinha concedendo o benefício em julho, assim como fazendo o pagamento proporcional das férias.
Ao perceber que a concessão do benefício acontecia no 11º mês trabalhado – por uma questão prática – e que legalmente poderia conceder o gozo dos 30 dias de férias até um mês antes de completado o segundo período de férias (julho do ano seguinte), Zenóbio determinou a mudança.
Conclusão: frustrou os planos e a programação financeira de toda a categoria. A gritaria foi geral, porque, na prática, os professores trabalharão 1 ano e 11 meses sem férias, para gozá-las somente no ano que vem.
Com Danilo de Melo, antecessor de Zenóbio, a coisa era diferente. Mas esta foi a saída encontrada pelo substituto, para, dentro da lei, conseguir diminuir o impacto do pagamento do reajuste salarial. Tudo muito certo se com este ato não estivesse arranhando a boa relação do prefeito com os professores que fazem da Educação na Capital, algo notável, além das escolas de tempo integral.
Não dá para saber se a economia compensa o desgaste na imagem do prefeito justamente numa das categorias onde escapa ileso de críticas. Nem se a medida é realmente necessária. De toda forma, foi o presente que os professores receberam na véspera do aniversário da cidade. Uma iniciativa de Zenóbio, a ser debitada na cota política de Raul.
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