A corte em torno de Ribeiro revela muito sobre sua falta na cena pública

O senador João Ribeiro(PR) transformou São Paulo na rota de dois em cada três políticos tocantinenses mais importantes dentro dos grupos e partidos que habitam.

Senador João Ribeiro, do PR
Descrição: Senador João Ribeiro, do PR Crédito: Divulgação

 

Tem sido assim desde que se internou para o transplante de medula no Hospital Sírio Libanês. Um procedimento delicado, cercado de muitos cuidados, que algumas pessoas não entendem, e ignorando os detalhes disseminam falsas informações e impressões distorcidas.

 

Mas verdade é que Ribeiro tem se imposto um ritmo mais lento, por força das ordens médicas e da necessidade de desacelerar todas as outras obrigações que não sejam cuidar da própria saúde, e portanto da chama que move a sua vida.

 

Ansioso para retornar ao Senado e à vida pública, foi forçado a adiar por determinação médica. Há alguns dias tinha aberto espaço na agenda para ir àquele encontro do secretario Mercadante com 80 prefeitos.

 

Saiu de lá com uma virose. “Coisa que pra gente é ruim, deixa o corpo quebrado, dor de cabeça, e alguns dias de cama, para ele é muito pior, por que está numa fase de recuperação”, me explicava Cínthia Ribeiro, extremamente dedicada ao marido, e que está ao lado dele em todo este processo.

 

Traçado este cenário, em que o senador alterna rápidas movimentações com a rotina de receber os medicamentos do pós transplante no Sírio, volto à agenda das reuniões e conversações políticas.

 

Um gesto do PP de Amastha

 

Nesta sexta-feira, foi a vez do prefeito Carlos Amastha(PP), acompanhado pelo fiel escudeiro Tiago Andrino, ir à SP encontrar Ribeiro, como vai nas páginas do Conexão Tocantins.

 

O assunto, é lógico: política. Ninguém ignora que Amastha e Donizete, ao lado de Lázaro Botelho, costuraram a primeira aliança de oposição para 2014. Agora, como segundo passo, foram atrás de João.

 

Este, da base do presidente Lula no passado, conhece todos os caminhos das liberações de verbas em Brasília. Hoje na base de Dilma está prejudicado pela própria ausência, em decorrência do problema de saúde já conhecido que explanei.

 

Uma coisa no meio de todas estas movimentações – nas quais quem está no poder ganha mais força para articular – chama a atenção: é que Ribeiro, pela astúcia política e rede de relacionamentos que tem, é um líder que não se pode desprezar.

 

Independente de como ocorrerá seu retorno nos próximos meses à cena pública e se a tempo ou não de articular uma candidatura majoritária – sonho que não esconde de ninguém -  sua participação no processo é de um peso inegável.

O que tenho ouvido, de A a Z é que João Ribeiro tem feito falta. Como não há um mal que não traga um bem, este tempo que o força obrigatoriamente a ficar de fora, e de longe, pode lhe dar a oportunidade também não só de avaliar o cenário, mas a forma como os personagens se movem em torno do objetivo maior de todos os grupos políticos hoje no Tocantins: conquistar (ou manter) o poder que habita o Palácio Araguaia.

 

De Marcelo Lélis a Carlos Amastha, todos têm ido à João. Em Palmas, gente do seu grupo tem dito que – embora a contragosto -  para construir o cenário estadual de 2014, terão que engolir o prefeito. Os problemas são inegáveis com Lúcio Campelo, vereador na capital, Luana Ribeiro, ex-candidata a prefeita e o deputado José Bonifácio, crítico contumaz de Amastha.

 

Se optar por seguir por aí, o senador terá algumas situações bem peculiares a contornar.

 

Mas do jeito que as coisas vão e diante de um cenário em que todos querem João -  inclusive o governo – o senador ainda tem tempo para avaliar como quer chegar a abril de 2014, quando as decisões serão tomadas, para que as composições amadureçam nas convenções de junho.

 

Nos bastidores fala-se de uma grande articulação que teria Ribeiro como candidato a governador, com Dulce Miranda na vice e Marcelo Lélis ao Senado. Os rumores tomam conta das rodas políticas, e todas as possibilidades são analisadas nas mesas de café de Palmas a Brasília.

 

Como ainda falta um ano, há muita água ainda a correr por baixo da ponte. Até lá, o que há de certo, é que João Ribeiro é uma peça importante neste processo. E deixa sentir a sua falta.

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