A crise sobe das ruas de Palmas e chega aos gabinetes: Assembléia prepara cortes

Em Palmas a crise chega ao comércio: estacionamento subiu, comida no restaurante popular também. Na Assembléia, ajuste de despesas deve diminuir verbas de gabinete e provocar demissões de assessores

Assembleia estuda cortar gastos
Descrição: Assembleia estuda cortar gastos Crédito: Divulgação

A Assembléia Legislativa do Estado está preparando seu próprio pacote de ajustes de despesas.  Os motivos são: 1 - A queda nos repasses federais para o Estado, com a consequente queda na previsão dos recursos nos três meses finais do ano também para os poderes com direito a percentuais pré-definidos nas transferências; 2 - Os gastos com pessoal acima do Limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que compromete a gestão do presidente Osires Damaso à frente da Casa.

 

Uma manhã inteira foi gasta com debates internos entre os deputados para saber onde cortar. Chegou a circular nos bastidores que o número de sessões ordinárias seria reduzido, o que nem em off, deputado algum confirmou. De prático, segundo apurou o repórter Rafael Rodrigues, vai haver corte da verba de gabinete, atingindo o pessoal comissionado. Os famosos assessores de gabinete. Despesas gerais de custeio da Casa também devem ser reduzidas para que seja possível fechar o ano. Fala-se em eliminar as audiências públicas e sessões especiais. Com agenda de viagem prevista a Brasília nos próximos dois dias, os parlamentares devem assumir o seu pacotaço em medida a ser baixada pela Mesa Diretora ainda esta semana.

 

O fato é que a crise chega batendo a porta de todos. Sem exceção. Tanto Estado, prefeituras, instituições e poderes devem se ajustar, quanto a iniciativa privada - onde o dinheiro diminuiu de circulação - já toma suas medidas para conseguir honrar compromissos básicos como folha de pagamento. Sintoma importante para prefeituras de médio porte: Porto Nacional, na região metropolitana não conseguiu pagar como sempre, no final do mês. E até semana passada não havia confirmação de que havia sido pago.

 

Os cortes que chegam à Assembléia neste começo de Outubro poderiam ter chegado na forma de ações prudenciais antes. Para que medidas de economia ao longo do ano evitassem agora o desemprego, que certamente vai chegar para muitos.

 

Sobe refeição popular, aumenta área de estacionamento: é Palmas!

 

Enquanto medidas de ajuste e contenção são tomadas em todas as esferas do poder público, a semana começa de fato mais cara para o palmense. A zona verde, segunda etapa de exploração da concessão dada pela Cidade de Palmas à empresa Blue, que cobra pelas vagas de estacionamento nas áreas centrais do Plano Diretor, começou a funcionar. De cara, dois efeitos: as reclamações que proliferam nas ruas e avenidas paralelas à JK, vindas principalmente de cidadãos que trabalham nas imediações e vão adicionar o custo do estacionamento à sua planilha de despesas; e o esvaziamento dos bolsões.

 

Foi assim também logo que o sistema foi implantado na avenida JK. A diferença é que ainda havia uma válvula de escape: deixar o carro um pouco mais longe e caminhar. A coisa agora dificultou. Tomando café no centro da cidade nesta manhã pude ouvir críticas em tons bem ácidos contra o prefeito Carlos Amastha, que gasta a popularidade que acumulou ano passado, a cada decisão que toma e que chega a afetar o bolso do palmense.

 

Tanto quanto, ou mais até que o estacionamento pago nas ruas periféricas à JK, a cidade comenta e reclama -  especialmente nas redes sociais - do salto que deu o custo da refeição popular no Restaurante Comunitário. A partir deste dia 14 de outubro, salta dos R$ 2,00 de sempre para R$ 7,00. A chiadeira é grande. Criar duas categorias de palmenses (os acima de 60, os que ganham um salário mínimo e outras exigências mais) para separar os que pagarão R$ 3,00 e os que podem (no entendimento do poder público) pagar R$ 7,00, não parece ter sido uma boa idéia. Um aumento na faixa dos130%.

 

 

O fato é que ficou mais caro viver, circular, estacionar e comer em Palmas esta semana.  Se já se via supermercados e lojas fechando as portas nas Aureny’s e Taquaralto, fruto de uma crise nacional, que também aflige Palmas, agora é a nossa cota particular da crise chegando a partir de decisões administrativas.

 

Com certeza elas terão reflexo na política que já se vê sendo feita por aí, antecipadamente.

 

Que a crise existe, é fato. O que cada gestor faz com ela é objeto de julgamento implacável pelo cidadão que paga a conta. 

 

Boa semana a todos. Na medida do possível.

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