A saída de Danilo e os bastidores do barulho na Educação

Amigos, nem tudo foram flores na entrega do cargo de secretario da Educação na semana passada, conforme oficialmente noticiado.

Adriana assume Seduc e Danilo deixa a cena antes
Descrição: Adriana assume Seduc e Danilo deixa a cena antes Crédito: ATN

A saída do professor Danilo, em pleno janeiro, do comando da Seduc foi menos espontânea do que pareceu no release da ATN, agência governamental de notícias.

 

O que corre nos bastidores é que primeiro, Danilo não teria entregue carta pedindo exoneração, naquela operação desmonte do secretariado. Não tinha a menor intenção de sair tão cedo, ainda mais com as obras em andamento das escolas de Tempo Integral. Um capital político muito interessante a ser explorado por um pré-candidato a deputado federal.

 

A decisão de antecipar a saída de Danilo da Educação, foi do próprio governador Siqueira Campos. Porque? Pouca gente sabe. Mas o descontentamento com algumas conduções na pasta, era compartilhado também pelo filho e pré-candidato ao governo, Eduardo Siqueira.

 

Na verdade, para o grupo Siqueirista a presença de Danilo na Seduc nunca foi tranquila. As reclamações chegavam ao governador desde o primeiro ano, e se concentravam principalmente na forma de gerir pessoas. O grupo que historicamente é leal ao governador, na gestão de Danilo foi preterido, prejudicado e muita gente perdeu o espaço que tinha.

 

Pois bem. Com a entrada da nova secretária, convidada pessoalmente por Eduardo a assumir a pasta, tudo já começou a mudar. Gente que tinha praticamente sido expulsa da secretaria já está de volta. E o troca troca de cargos comissionados começou.

 

Dorinha fortalecida e Nilmar a caminho de dobradinha

 

Politicamente, no grupo, que mais se fortalece com a mudança neste momento é a professora Dorinha, deputada federal e candidata à reeleição. O Democratas tem permanecido no governo e fiel ao mesmo grupo em que elegeu seus representantes em 2010.

 

A deputada era só sorrisos na posse da nova secretaria semana passada no Palácio e volta a ter seu grupo caminhando livremente na pasta onde passou bons anos de sua vida profissional e onde também fez história. Mas nega, nos bastidores ter feito a indicação, como o Jornal Opção, de Goiânia, chegou a publicar.

 

É neste contexto que nasce uma articulação política entre duas adversárias também históricas. Nilmar e Dorinha se sucederam no comando da Educação e estiveram em campos partidários opostos até bem pouco tempo.

 

Sem espaço para disputar mandato federal, Nilmar deve recuar para estadual, numa dobradinha com Dorinha. A aliança, enfraqueceria de pronto o projeto Danilo, federal.

 

Procurada no sábado para comentar o que vai nos bastidores, Nilmar desconversou e disse ao repórter Eduardo Azevedo que ainda é cedo e seu foco é a Adtur, que comanda desde a saída de Omar Henneman. Ao mesmo tempo em que nega que haja acerto com a deputada e ex-secretária para federal, também nega que tenha linha aberta de entendimento com o professor Danilo.

 

Dorinha não foi encontrada para ser ouvida, ainda. Os rumores no entanto são fortes.

 

Perguntas sem respostas na Seduc

 

Fora das conjunções políticas e do canibalismo que fatalmente vai começar a acontecer no grupo governista (que quanto maior, mais reúne interesses similares e antagônicos) ficaram outras questões em aberto na saída do professor Danilo da Seduc.

 

É o caso da dívida que a Educação administrava no segundo semestre de 2013 e que só para ficar num exemplo, cancelou a Flit. Sem falar nos processos licitatórios montados após o início das obras, como aconteceu em Tocantínia, onde o governador Siqueira Campos visitou a reforma da escola Batista 37 dias antes da Seduc homologar o resultado da licitação. Coisas que só a nunca inventada máquina do tempo explicaria.

 

Ou obra licitada numa sexta e concluída no domingo, como a fantástica reforma do Palacinho que o leitor pode relembrar aqui: Seduc abre propostas, homologa e dá ordem de serviço três dias antes da entrega da obra.

 

Coisas que o T1 Notícias mostrou enquanto Danilo ainda reinava soberano do gabinete aos corredores da Seduc.Perguntas que ficaram sem resposta num jogo de palavras alternado por intervalos de um conveniente silêncio por parte de sua assessoria.

 

Uma pasta tão bem servida de recursos federais e com os recursos da fonte 00 garantidos no Orçamento, não deveria andar tão mal das pernas que adia pagamento de férias de servidores e protela quitação de salários de contratados.

 

Seja como for, o que resta evidente é que nem tudo são flores na saída do Professor Danilo da Educação, nem no espólio que Adriana da Costa Pereira Aguiar herdou.

 

Em nenhuma das áreas. Seja a política ou a administrativa.

 

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