Um desentendimento entre o advogado Paulo Sérgio Marques e Celso Mourão, irmão do ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão, acabou virando caso de polícia. Isso porque segundo o advogado, que entrou com seis ações trabalhistas contra uma empresa do filho de Celso, ele foi agredido e teve o dedo amputado em uma briga que teria sido provocada pelo irmão do ex-prefeito.
De acordo com o advogado, na tarde da última quarta-feira por volta das 16 horas Celso entrou em contato com ele solicitando o endereço de seu escritório para que pudesse falar sobre as ações. “Ele me ligou e perguntou onde ficava meu escritório, disse que queria falar sobre as ações. Quando ele chegou eu o recebi na minha sala e ele já começou a me ofender me chamando de moleque, e outros nomes, afirmando que eu estava prejudicando sua empresa. Ele ainda disse que ia me matar, ele estava completamente transtornado”, contou o advogado.
Segundo Paulo, após o início da agressão verbal ele colocou a mão no bolso para pegar o celular e de imediato Celso se alterou ainda mais questionando se ele estava gravando a conversa. “Ele levantou e perguntou se eu estava gravando eu disse que não, fui até a sala que tava meu colega e o levei para presenciar o que estava acontecendo. Daí eu sentei na cadeira, ele deu a volta na mesa e me deu um murro no rosto. Ele me deu vários murros, pra me defender também dei um murro no rosto dele. A agressão foi violenta, ele estava incontrolável”, contou.
Amputação
De acordo com os relatos do advogado, seu dedo foi amputado no momento da briga com uma mordida de Celso. “Ele arrancou parte do meu dedo com uma mordida. E mesmo após isso, quando eu estava caído no chão ele continuava me dando murro e me chutando. Meu colega que conseguiu tirar ele por trás, daí ele foi até o final do corredor que fica dentro do nosso escritório e disse que ia me matar, que vivo eu não ia ficar”, contou.
Providências
Segundo informou o advogado, foi registrado Boletim de Ocorrência por lesão corporal grave e ameaça. O exame de corpo de delito foi realizado depois que o advogado teve alta já que teve que ficar internado para fazer uma cirurgia no dedo. “O sentimento é de revolta, tomei todas as providências legais para que haja uma punição, isso não pode ficar assim”, declarou.
Associação se manifesta
Por meio de nota de desagravo, a Associação Tocantinense dos Advogados – ATA expressou a “severa e imensurável indignação acerca das agressões físicas e morais sofridas pelo advogado em decorrência do seu legítimo exercício profissional”.
Segundo a Associação, o acontecimento evidencia “a gravidade da indigna postura do acusado, Celso Mourão”. “Desde já, a ATA informa que será intransigente no acompanhamento dos procedimentos criminais instaurados, zelando pela preservação do livre e destemido exercício da advocacia na plenitude e abrangência encartadas na Constituição Federal e na Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia)”, consta na nota.
Confira a nota na íntegra:
NOTA PÚBLICA DE DESAGRAVO
A Associação Tocantinense dos Advogados – ATA -, como legítima representante da classe advocatícia, vem publicamente expressar sua severa e imensurável indignação acerca das agressões físicas e morais sofridas pelo advogado Paulo Sérgio Marques, no seu escritório em Palmas – Tocantins, na tarde de 16/05/2012, em decorrência do seu legítimo exercício profissional.
Como seqüela da agressão física sofrida, o advogado teve a amputação de parte superior do dedo médio da sua mão direita, além de diversas escoriações e ameaça de todo gênero, denotando em evidência a gravidade da indigna postura do acusado, Celso Mourão.
Desde já, a ATA informa que será intransigente no acompanhamento dos procedimentos criminais instaurados, zelando pela preservação do livre e destemido exercício da advocacia na plenitude e abrangência encartadas na Constituição Federal e na Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia).
Desta forma, a ATA reitera sua abnegada luta institucional no Estado do Tocantins por uma advocacia livre, independente e destemida.
Palmas – Tocantins, 18 de maio de 2012.
Gedeon Pitaluga Junior
Presidente da Associação Tocantinense dos Advogados (ATA)
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