Água quente na fervura: CPI, AIJE e auxílio moradia na pauta política

Deputados bombardeiam Kátia Rocha e pedem CPI da Cultura, opinião pública reprova auxílio moradia aprovado por parlamentares e nesta terça parecer pela cassação de Siqueira coloca mais água na fervura

 

Amigos, os últimos dias têm sido quentes para quem vive a política tocantinense. Depois de uma semana inteira de bombardeio em cima da Fundação Cultural pelo pagamento de patrocínios para shows na pousada de propriedade da família Praxedes, a secretaria Kátia Rocha vive acuada à espera de uma CPI da Cultura na Assembléia Legislativa.

 

Ao mesmo tempo em que cobram “moralidade” na concessão de patrocínios culturais, os deputados foram para o foco do bombardeio público nas redes sociais por aprovarem o auxílio moradia em benefício próprio, na mesma proporção aos demais que são calculados sobre o que recebem os deputados federais em Brasília. São R$3.429,50 que ainda vão dar muito o que falar. Por mês e por cabeça.

 

As justificativas, de que deputados que moram  no interior e não têm casa na capital precisam do auxílio caíram como água quente na fervura. Não são poucos os que argumentam no Twitter e no Facebook que o trabalhador comum não tem direito a este benefício. Se vai trabalhar em outra cidade (caso dos concursados aprovados aqui, e que vem de outros estados), arcam, cada qual, com seu aluguel.

 

É um caso sintomático do quanto a população e em especial a opinião pública está intolerante contra qualquer conta a mais que tenha que pagar por seus representantes. Se no Judiciário o auxílio foi considerado imoral, no Legislativo os protestos são muito mais veementes. Por aí se tira que a classe política precisa urgentemente sintonizar-se com as ruas. E rápido. O prejuízo na imagem é maior que o lucro, no bolso.

 

AIJE incendeia oposição

 

Dia destes, do alto de sua ironia fina, o deputado Sargento Aragão deu uma declaração interessante: disse que agora (pós Rced com parecer favorável) todos querem ser oposição ao governo. A alfinetada tinha destinatário certo: os deputados da base que se insurgiram contra... Kátia Rocha.

 

Há quem diga nos bastidores que pegaram a presidente da Fundação Cultural para Cristo. E que ela é alvo de muito, mas muito fogo amigo. As denúncias teriam sido plantadas para obter sua exoneração, depois de trombadas internas dela, em especial com o super secretário Paulo Massuia. Que teve a denúncia do pivô na fazenda do pai bem menos repercutida.

 

O fato é que Kátia Rocha virou alvo de CPI, e com a medida de publicar as emendas parlamentares pagas pela Cultura, chamou contra si a ira dos...deputados.

 

Mas voltando à AIJE. Gaguim ressurge das cinzas, tal qual uma Fênix, e com cara de quem está feliz, aponta o dedo por aí: “eu não disse? Eu não avisei? Roubaram minha eleição”.

 

Pano rápido. Quem se lembra das falas do governador Siqueira Campos, quando o Rced cassou Marcelo Miranda mas não lhe devolveu o governo: “é como se o ladrão tivesse me roubado uma jóia. Ela foi recuperada, mas não me devolveram”.

 

Este sentimento é compreensível, já que ninguém tem culpa se um processo se arrasta por dois anos ou mais, na morosidade da nossa justiça eleitoral.

 

Lógico que isso se aplica, SE e apenas SE um colegiado acatar, aqui ou em Brasília, os pareceres tanto no Rced quanto na AIJE, que pedem pela cassação.

 

O que tudo isso já significa para o governo, então? Dúvida, incerteza, não por parte do próprio staff governista – que acredita piamente na absolvição – mas por parte da classe política que ronda o poder.

 

Alvo de críticas por diversos motivos, o governo entrava num outro clima, com a recuperação de estradas, entrega de benefícios, assinatura de ordens de serviço.

 

Será esta AIJE com parecer pela cassação capaz de dar “coragem” aos que querem se posicionar de forma mais independente? Isto é o que veremos.

 

Por hora, o caldeirão ferve para todos, a 60o . E ninguém está imune a nada neste Tocantins de meu Deus.

 

P:S Minutos depois da postagem deste arquivo, a secretária de Cultura e presidente da Fundação Cultural, Kátia Rocha pediu exoneração ao governador.

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