Araguatins - Um trabalho de prevenção e conscientização na cidade com o objetivo de evitar que adultos e crianças se banhem na margem direira do rio, na tentativa de evitar que novos casos da doença aconteçam e a assistência básica à família do garoto Danilo Guilherme, de 10 anos, é o que está ao alcance do município fazer, conforme a secretária de Saúde, Maria de Fátima informou ao Site Roberta Tum em entrevista na sexta-deira, 16.
“Hoje, o que está a nosso alcance nós estamos fazendo, pois o trabalho de conscientização é feito nas escolas com a distribuição de panfletos, palestras e na beira do rio, nós temos as placas com o decreto Lei nº 405 de 2007 que proíbe o banho na margem direita do rio”, mas não temos como segurar as crianças e impedir que as pessoas tomem banho no rio até por que não temos um número de funcionários suficientes para manter uma fiscalização diária no local”, declarou.
Responsabilidade de investigar causas e fornecer medicamentos
Sobre a falta de ajuda aos atingidos pela doença, a secretária afirmou, que a obrigação de dar os medicamentos e pagar os custos das viagens é do Estado, mas como este não tem feito a sua parte, a prefeitura tem arcado com a maioria das despesas. “Todos os casos tem sido acompanhado pela prefeitura, inclusive, o caso do Guilherme, que a secretaria tem ajudado no que ele precisou desde o início”, ressaltou.
Questionada sobre o colírio que a prefeitura nunca forneceu para o tratamento do garoto, a secretária declarou que o medicamento ainda não foi doado por que a mãe não apresentou a documentação necessária. “Essa doença é um caso atípico e por isso a medicação não está disponível como outra medicação qualquer, mas ontem mesmo a mãe dele esteve aqui na secretária e nós já estamos providenciando”, prometeu.
Já em relação ao caso de Moisés, citado na matéria, e que também reclamou da falta de ajuda para retornar ao médico, a secretaria não soube informar por que o retorno não tinha acontecido, já que a funcionária responsável pelo setor não estava na secretaria no momento da entrevista. Ainda sobre este assunto, a secretária informou que alguns casos demoram por que o retorno fica marcado, mas o paciente não apresenta o pedido do médico, documento, que segundo Fátima, é indispensável para a prefeitura fazer a retenção dos recursos gastos com os pacientes.
Notificado, Estado teria encaminhado equipe para coleta
Durante a entrevista, a secretária queixou-se da falta de apóio por parte do Estado e do Ministério da Saúde no que diz respeito à identificação e combate da doença.
“A prefeitura faz apenas o acompanhamento, nós não temos como fazer pesquisas para descobrir se a doença é mesmo da água, pois até o momento, não há nada que comprove isso, e quem tem que fazer esse trabalho é o Estado e o Ministério da Saúde, eles precisam vir aqui, colher novas amostras da água para descobrir o que realmente está causando a cegueira nas pessoas, a prefeitura não tem como fazer isso, mas nós já encaminhamos um relatório ao Ministério da saúde pedindo providências", finalizou.
Segundo informou a secretária do município, depois de notificado, o governo do Estado através da Secretaria de Saúde enviou uma equipe até Araguatins para coletar novas amostras da água, mas não teria dado retorno sobre os resultados encontrados.
Aguardando retorno
Procurada na manhã deste sábado para confirmar o conhecimento de novos casos recentes de perda parcial da visão por moradores de Araguatins, e providências tomadas, a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde pediu prazo para localizar os responsáveis por esta área. O Site Roberta Tum aguarda o retorno das autoridades estaduais para publicar a posição do Estado sobre o assunto.
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