O primeiro reflexo, já se percebe, com a extinção da pasta, que a princípio, deveria ser a responsável por criar, desenvolver, fomentar a política cultural do Estado. A transferência desta atribuição para a já sobrecarregada pasta da Educação não é a meu ver uma boa medida. Podem ser áreas afins, mas, cada macaco no seu galho.
O professor Danilo de Melo já tem problemas demais no universo da sua pasta para administrar. Some-se a eles o encargo de administrar toda a ciumeira política que já desperta no meio com sua intenção de caminhar para o eleitoral, possivelmente como candidato a deputado federal. Um caminho legítimo, e que já foi trilhado por outros gestores que lá estiveram.
Mas meu raciocínio não vai por aí. A dificuldade momentânea parece ter criado a solução encontrada.
O problema que o governo enfrenta diz respeito a quadros. Política cultural não tem que ser feita essencialmente por artistas, mas por gestores. Com a vivência e o olhar de dentro do meio.
Talvez por isso a decisão do governador Siqueira Campos em dar um passo a trás e desconstruir a pasta que ele mesmo criou, depois de ouvir o movimento cultural em 2010, logo após as eleições.
Fundação é apoio
A Fundação Cultural é um instrumento de apoio ao fazer artístico, aos diversos produtores de cultura, a quem vive neste, deste e para este meio.
Ao ouvir nas rodas e nos bastidores ultimamente os nomes do músico Genésio do Tocantins e do produtor e jornalista Melck Aquino fiquei pensando em como deveria, a princípio, ser o perfil de alguém que comande o espaço deixado por Kátia Rocha,. Esta, chamuscada por um fogo mais que amigo e pela inabilidade que teve em gerir a própria crise que se criou a partir das denúncias surgidas.
Me lembrei de que o jornalista e editor do Jornal do Tocantins, Tião Pinheiro - que é compositor e poeta nas horas vagas - chegou a ser sondado e não aceitou a incumbência, também lá atrás.
Agora, caberá ao governo um duplo desafio: encontrar alguém com o perfil de gestor e capacidade de interlocução (este é um segmento que tem que ter muito jogo de cintura para lidar) e ao mesmo tempo, alguém que assuma a subordinação e as limitações que a nova estrutura vai impor a que assumir a Fundação Cultural.
O que não pode é haver prejuízo para a Cultura no Estado com a mudança. Olhando de cá para o que acontece em Goiás, o governador Marconi Perillo acertou a mão ao colocar na Agência criada para gerir a Cultura no Estado vizinho com o ex-militante da UNE, Gilvane Felipe.
Aqui estamos precisando de uma solução assim: caseira, mas que surta efeito.
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