As sete etnias indígenas que ocupavam a sede do Distrito Sanitário Especial Indígena do Tocantins – Dsei, desde terça, 15, se reuniram com a coordenação do Dsei e com o Ministério Público Federal – MPF, nesta quinta-feira, 17. As questões que segundo os índios caracterizam descaso com a saúde nas aldeias foram apresentadas. Entre elas a falta de médicos, enfermeiros, medicamentos e veículos para transporte de pacientes. Os representantes das aldeias também alegaram dificuldades no diálogo com o Dsei.
Segundo a assessoria do MPF, com relação aos pedidos de substituição da direção do Dsei-TO, uma das reivindicações dos indígenas, o procurador da República Victor Mariz esclareceu que o cargo é vinculado à Secretaria de Saúde Indígena e ao Ministério da Saúde, a quem cabe determinar os ocupantes dos cargos de gestão do distrito.
Durante a reunião, a chefe do Dsei-TO, Evanezília Noleto, informou que sempre esteve acessível aos índios e que quanto a falta de médicos, não há o interesse de profissionais em trabalhar nas aldeias. Já no que diz respeito ao transporte, o Dsei informou que um total de 21 carros devem ficar a disposição das aldeias, sendo dois para cada etnia.
Comissão mista e investigação
Na ocasião, ficou estabelecida a criação de uma comissão mista para visitar as aldeias e identificar qual a situação dos indígenas. A comissão deve ser formada pelo Ministério da Saúde, Funai, Funasa, MPF, representantes de órgãos de defesa dos direitos humanos e Controladoria Geral da União.
O MPF deve iniciar ainda, uma investigação das contas e aplicação dos recursos públicos dos últimos dois anos da Funasa e do Dsei, junto ao Tribunal de Contas da União – TCU, atendendo a solicitação feita pelos indígenas que devem retornar para as suas aldeias ainda nesta sexta, 18.
Entenda
Cerca de 150 índios das etnias Krahô-Canela, Apinajé, Xambioá, Xerente, Javaé e Karajá, estavam na Capital desde a noite de segunda-feira,14, e montaram acampamento na Praça dos Girassóis. Eles reivindicavam melhorias para a saúde nas aldeias e também a exoneração da coordenadora do Dsei no Estado, Evonesília Noleto, além da troca de todas as chefias dos Polos Base que estão localizados nos municípios que possuem povos indígenas nas proximidades.
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