Aragão renuncia aos votos de Palmas e deixa capital sem vice

Quando o PPS indicou o Sargento Aragão para ser o candidato a vice-prefeito na chapa de Carlos Amastha – verdade seja dita - nem o partido, nem o deputado esperavam o resultado das urnas em Palmas.

 

Nos bastidores, o que se comentava, é que Aragão aproveitaria o tempo de TV e a super exposição nas ruas, palanques e na mídia para fazer plataforma de futuro candidato a deputado federal. Nada mais.

 

Ontem, durante coletiva à imprensa, na data limite que teria para renunciar ao seu mandato de deputado na Assembléia Legislativa e assumir o cargo pleiteado nas urnas em outubro, o deputado declinou.

 

Para tanto, elencou motivos, alegou insatisfação com as nomeações feitas pelo prefeito que ajudou a eleger. Há bem poucos dias, no ato de diplomação de Carlos Enrique Franco Amastha, o deputado era só sorrisos e poses para fotografias ao lado do companheiro de chapa.

 

Esta é daquelas cenas que a gente assiste sem poder de todo acreditar que são autênticas, verdadeiras.

 

Naquele dia, ao receber o diploma fez um sinal de “descarrego”, arrancando sorrisos da plateia. À imprensa justificou o ato: “este aqui foi duro, foi muito difícil de conquistar”.

 

Como entender então, que a insatisfação também antecipada em bastidores tenha de fato eclodido em dez dias para justificar uma renúncia?

 

Fica evidente até ao leitor menos assíduo das colunas políticas que o deputado tem outros motivos para não assumir o mandato que buscou nas urnas.

 

Na verdade poucos eram os que de fato acreditavam que Aragão poderia deixar a Assembléia Legislativa pela posição politicamente secundária de vice-prefeito.

 

Para alguns pode soar compreensível sua dificuldade em trocar o “pacote” deputado – que contem além de salário e verba indenizatória, mais cargos de gabinete, os holofotes da tribuna – pelo “pacote” vice-prefeito.

 

Resta saber como a população da capital vai entender o gesto de Aragão.

 

Afinal, mesmo que quem encabece a chapa e carregue  maior responsabilidade seja de fato Carlos Amastha isto não isenta o deputado Sargento Aragão da responsabilidade de assumir a vice-prefeitura.

 

Ele a buscou de porta em porta quando foi às ruas, pediu os votos e os recebeu.

 

A grosso modo, não quisesse o cargo, não o disputasse, porque a renúncia soa como um golpe na confiança dos milhares de eleitores que votaram numa dupla, e não em apenas um.

 

Conversando ontem com o prefeito Amastha ouvi dele: “estou tranquilo porque o presidente da Câmara é o Negreiros”. O major, eleito vereador ao lado de Amastha passa a ser o vice de fato, pelo menos nos dois primeiros anos de mandato. Mas não foi nele que o palmense votou para este cargo.

 

O futuro dirá a Aragão se esta sua decisão oficializada ontem será perdoada pelo eleitor.

 

De agora em diante, mesmo que não queira, o deputado há de enfrentar a sombra da dúvida sobre suas futuras aspirações.

 

É que voto, assim como dinheiro, não tolera desaforo.

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