E não estou falando especificamente das eleições em Palmas. Já ouvi amigos de Porto Nacional dizendo o mesmo, outros do Sudeste, e até gente do Bico do Papagaio com quem teclo no msn ou no Facebook.
A explicação para o voto branco ou nulo varia, mas no geral destaco algumas frases. “Nenhum dos candidatos me anima a votar”. Ou: “Joguei meu voto fora nos últimos oito anos, agora vou votar em branco”. E mais: “Estou revoltado com os políticos, não voto em ninguém”.
Ah, então tá. Quer dizer que por isso você vai deixar que outras pessoas decidam no seu lugar?”- costumo perguntar em resposta a comentários como estes. Como são amigos, com quem tenho alguma liberdade acabo discutindo até onde dá contra a síndrome de Pôncio Pilatos: quem lava as mãos numa escolha difícil por não querer se comprometer com o resultado.
Não tem jeito. Quem escolhe, está correndo dois riscos: o de acertar, e o de errar. Quem não escolhe, já errou. Vai viver quatro anos sujeito a tudo que acontecer, e pior: sem o direito de cobrar, de reclamar. Afinal, lavou as mãos.
Conversando com uma amiga de longas datas com quem encontrei esta manhã, perguntei a ela: “Quando você vai ao restaurante e o garçom de pergunta o que você quer comer, você responde: qualquer coisa?”
É uma comparação simplória, mas na prática, estou querendo dizer que quem não escolhe, pode acabar tendo que se sujeitar a política do “Pão com ovo”. Ou seja: aquela coisa bem básica, sem graça, sem gosto e sem tempero.
Ontem numa discussão interminável sobre a política de Palmas e os programas eleitorais no Twitter eu resumi o que penso: cada um é livre para fazer suas escolhas, mas deve estar pronto para viver com as consequências. Quem não escolhe então, mais ainda, por que perde o direito de reclamar.
Ao eleitor, não custa repetir o recado: na hora de escolher, não lave as mãos. Pôncio Pilatos lavou. E deu no que deu.
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