As definições de abril: Amastha e Cláudia Lelis garantem tempo de TV

Mudanças de partido ainda são permitidas até o final da semana e devem ser comunicadas ao TRE até dia 3 de abril. Na capital, Amastha e Cláudia Lelis conseguem resolver tempo de TV... Faltam os outros

Carlos Amastha e Cláudia Lelis
Descrição: Carlos Amastha e Cláudia Lelis Crédito: Montagem/T1 Notícias

As eleições deste ano nos municípios de todo o Tocantins passam por duas definições que ainda não aconteceram. A primeira é a janela aberta até o final da semana: data limite para que novas filiações e mudança de partido de vereadores e prefeitos aconteçam. A segunda é a definição que os líderes desses partidos tomarão, quanto às alianças partidárias. Um assunto que interessa especialmente aos candidatos a vereador, por que da formação de coligações proporcionais dependem as chances de eleição de muitos.

 

A matemática eleitoral que continua valendo é aquela: a coligação garante as vagas e dentro do grupo que disputa nela, os melhor votados ocupam as vagas. Assim, continuaremos assistindo candidatos mais bem votados que outros ficando fora das vagas, por que estavam numa coligação que não os favoreceu. 

 

Para vereadores que detêm mandato em grandes cidades como Palmas e Araguaína, fazer uma boa coligação favorável é a diferença entre eleger-se ou “nadar, nadar e morrer na praia”. Estes acertos ainda estão ocorrendo e ficarão mais claros a partir da segunda quinzena de abril, embora as convenções partidárias este ano só aconteçam em agosto.

 

Paralelamente a esta discussão, que os pré-candidatos já começam a fazer com seus partidos, a engenharia maior já acontece. Ela envolve o tempo de TV, limitado em dez minutos para todos os candidatos. Este tempo, assim como o fundo partidário, é definido pelo número de deputados que cada partido tem no Congresso Nacional.

 

O interessante é que a mudança ocorrida com esta janela que acabou de fechar-se no dia 18 para deputados e senadores, não vai alterar o que estava definido antes.

 

Na capital, Amastha e Cláudia Lelis garantem tempo de TV

 

Por isso, as movimentações dos últimos dias têm um significado especial para quem está acompanhando as movimentações de bastidores e seus significados.

 

O prefeito Carlos Amastha, que não teria um tempo razoável contando apenas com seu partido, o PSB, avançou quando fechou a anunciada aliança com o PSDB. Se garantir o PSD, do deputado Irajá Abreu na sua chapa, terá o maior tempo de TV de todos os candidatos a prefeito nesta eleição na Capital: algo em torno de 4 minutos ou mais. A conferir…

 

O PV, da vice-governadora Cláudia Lelis, tinha tempo insignificante, a contar a expressividade de sua bancada federal. O jogo mudou com a atração do PMB - Partido da Mulher Brasileira, articulada pela própria vice-governadora, Cláudia Lelis, que sacramentou a entrega da legenda a uma companheira sua: Meire Carreira, secretária do Meio Ambiente. Este é o real motivo para que o deputado Carlos Gaguim reagisse com tamanha virulência ao perder o PMB. O PV só tinha o PSDC em sua companhia e com o PMB garante dois minutos e meio, o que já dá para fazer um programa.

 

Parênteses.

 

O PMB tinha 22 deputados federais antes do fechamento da janela e foi esvaziado após fracassar a tentativa de um grupo deles, em tomar o comando da legenda nacionalmente, da sua presidente e fundadora, Suêd Haidar. Os deputados partiram, mas o tempo de TV e o fundo partidário ficaram.

 

Do deputado Gaguim, a presidente guardou mágoa profunda, pela forma que ele deixou o partido: sem lhe dar um telefonema. A vingança teve requintes de crueldade, pois além de manter a esposa dele, Rose, na presidência do partido, ela foi inserida no programa nacional da legenda. Para em seguida, perder o partido para a secretária Meire Carreira. 

 

Fecha parênteses.

 

Os recentes movimentos do PV de Cláudia Lelis tiveram um efeito interessante na base palaciana. O de consolidá-la como a alternativa mais bem construída até aqui, em condições de contrapor Carlos Amastha, que o Palácio definitivamente não quer apoiar.

 

Hoje Cláudia recebe e responde os ataques de Amastha -  como na nova cobrança pública da dívida com a Saúde de Palmas que o Estado tem - assim como joga contra os adversários do Palácio, na escalada que faz para garantir seus espaço nesta eleição. Foi o que aconteceu ao imprimir uma derrota ao deputado Carlos Gaguim, oposição declarada a Marcelo Miranda.

 

Do jeito que vai, já começam a amenizar, dentro do staff do governo, as resistências ao nome da vice. Assim como já se ouve dizer que se ela carrega o ônus de tudo que não vai bem no governo para as eleições municipais, é justo que tenha o bônus de contar com o apoio da rede de votos que a base aliada tem. Também a conferir…

 

Os demais nomes colocados como pré-candidatos por partidos como o PR, que tem Raul Filho, o PT, que tem o deputado José Roberto, além de Sargento Aragão, ainda amadurecem as alianças. Delas dependerão o cenário no futuro. O PT, por exemplo, hoje caminha mais próximo do PV do que do PR, diferente de outros tempos.

 

O certo é que surpresas ainda podem acontecer de abril a junho, quando todos devem estar posicionados. Até lá, muita legenda vai tentar parir candidato surpresa, assim como surpresas reais podem acontecer.

 

É uma ilusão imaginar que a campanha vai durar os 30 dias do programa de TV, que este ano terá inserção todos os dias de segunda a sábado, diferente de antes, que eram em dias alternados. Para vereadores, começa de fato em maio. Para pré-candidatos a prefeito, já começou.

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