Ninguém duvida que as eleições do próximo ano serão bastante atípicas. Nada está completamente definido, em nenhuma das frentes que se formam com a intenção de lançar candidatos.
Nem no governo, que tem no ex-senador Eduardo Siqueira Campos, seu pré-candidato declarado à sucessão do pai, as coisas estão pacificadas.
Para ser candidato, Eduardo depende de muitos fatores. O primeiro, é o afastamento do pai do governo. Este, cujo limite legal é abril, pode ser antecipado para janeiro, conforme informações de bastidores. Caberá a Siqueira – que enfrenta atualmente baixos índices de aprovação - conseguir explicar isto ao seu eleitorado cativo. Especialmente se não for candidato a nada.
O segundo ponto é quem ficará no governo. Tem que ser alguém de confiança para manter a máquina funcionando de forma que ela seja útil, e pelo menos não atrapalhe o candidato governista. A opção 1 seria João Oliveira. Outro ponto que não é pacífico dentro do staff siqueirista. “Se ele fez o que fez com a Kátia, o que fará conosco?” teria questionado o governador em círculo restrito ao discutir o assunto.
Neste quesito desponta ainda Sandoval Cardoso, presidente da Assembléia, que é o terceiro na ordem sucessória. Segundo se ouve nos bastidores, a relação com Eduardo já não anda 100% e passou por recente desgaste. O que pode gerar dúvidas de como será no futuro.
Oposições e seus dilemas
Do outro lado existem oposições. Não se pode esperar que de Kátia Abreu a Amastha estejam todos no mesmo palanque. Não estarão.
A oposição composta pelos personagens da política tocantinense testados nas urnas e conhecidos em todo Estado, tem na senadora Kátia Abreu sua estrela ascendente. Pontua bem nas pesquisas desde o final de 2009, quando, nesta mesma época era a primeira a abraçar a candidatura de Siqueira, abrindo mão de disputar. Era segundo lugar nos testes de opinião.
No PMDB está claro: é Marcelo o candidato, caso esteja elegível para a disputa. Com as bênçãos do Planalto. Se não puder, por qualquer motivo que seja, a bola da vez será Kátia Abreu.
A questão é que o assunto também não é pacífico. Junior Coimbra está tentado a disputar o governo. E pode ser a alternativa C palaciana. Estranho? Pois é o que se escuta entre os governistas. Se Eduardo não se viabilizar, abre-se um imenso leque de possibilidades: do próprio governador, que pode ir à reeleição, até Coimbra, passando por Sandoval e Vicentinho. Este último trabalha nos bastidores da justiça em Brasília fortemente. Tudo para não perder a cadeira para Marcelo Miranda. Se perder, também não terá condições de compor chapa majoritária.
E ainda temos o PV, que trabalha o nome de Marcelo Lélis como alternativa para majoritária. Ele vai bem para o Senado em Palmas e também no interior do Estado. Mas não descarta governo.
Outra interrogação é Ataides de Oliveira, agora senador em definitivo. Vai continuar buscando candidatura ao governo? Vai compor? Vai abrir espaço para Mário Lúcio Avelar disputar pelo PROS? Conjecturas.
Plano C
E por fim temos a terceira via, que improvisou um evento rapidamente depois do aniversário de Dulce Miranda, como que para dar uma resposta e sair do limbo.
Por lá estão o PP, que tem seu nome mais forte em Roberto Pires. Este, não fecha portas para ninguém. Conversa mais a esquerda, mas sonha mesmo em fazer dobradinha com Kátia Abreu.
E por lá está o PT, que sob o comando de Donizeti rejeita candidatura do PMDB que traga a senadora na cabeça de chapa. Na contramão de Brasília, vejam só. Há resistências também a Marcelo, segundo se escuta.
Os petistas defendem o novo petista, Nicolau Esteves. Melhor articulado para falar, Nicolau foi destaque entre os outros: Marco Antônio Costa e Borges da Silveira, no dito encontro da terceira via. Seu problema é de perfil. O como é visto pela sociedade não inspira grandes expectativas de crescimento.
Entre os outros todos que colocam seus nomes, a surpresa deste final de ano é a aprovação do procurador Mário Lúcio Avelar entre os palmenses. O prefeito Carlos Amastha publicou em seu Twitter no dia de Natal, resultado de pesquisa que mandou fazer para medir popularidade e tendências para a próxima eleição.
Mário Lúcio pontuou acima de todos os outros nomes colocados na terceira via. Tem dois problemas: não tem estrutura financeira, nem estrutura partidária. Resumindo: não tem quem peça votos, nem dinheiro para contratar.
Aí já se mostra um dilema para a terceira via: vai com o mais viável eleitoralmente? Quem vai bancar o jogo?
Por essas e outras amigos, vamos fechar 2013, véspera de ano eleitoral, com muitas interrogações.
Entre elas, por enquanto, os destinos do PR, que era oposição até o dia da morte do senador João Ribeiro. Este, foi sepultado após velório dentro do Palácio Araguaia, à revelia da oposição, que o queria na Assembléia Legislativa, casa do Povo. João partiu sem deixar sucessor. Ronaldo Dimas não chegou a ser registrado como vice-presidente regional e Luana Ribeiro pode ser indicada presidente nos próximos dias pela nacional.
Se for isso mesmo, o partido permanecerá na oposição. Com tendência a se unir ao PMDB de Kátia e Marcelo.
Mas mesmo esse ponto segue indefinido até pelo menos janeiro.
Complicado, não? Pois é. Que venha 2014, com suas repostas então.
Comentários (0)