“O Estado do Tocantins já privilegiou o ex-governador Siqueira Campos tantas vezes, não só ele como seus familiares se beneficiaram muito disto.(...) Eu não voto neste projeto nem que me mate”. Com estes termos, o vereador Bismarque do Movimento (PT), líder do prefeito na Câmara Municipal manifestou na manhã de hoje seu repúdio e descontentamento com o projeto de lei do executivo que pede a alteração do nome da Avenida Theotônio Segurado para Avenida Governador Siqueira Campos.
O projeto, acompanhado de mais dois, foi protocolado na Casa ontem à tarde e tem o objetivo de homenagear em vida o ex-governador Siqueira Campos. Outra homenagem foi proposta, com a alteração do nome da avenida Tocantins, principal via pública de Taquaralto para “Avenida Prefeito Fenelon Barbosa Sales”. O terceiro prevê nominar a sede do poder executivo de “Paço Municipal Theotônio Segurado”.
Triste com Raul
Defendendo o prefeito Raul Filho como o que mais tem beneficiado Palmas, Bismarque externou seu descontentamento com a apresentação do projeto; “Estou triste com este projeto do prefeito Raul. Daqui há pouco vamos mudar o nome da JK pra avenida Eduardo Siqueira Campos”, disparou. O vereador foi interrompido por apartes dos colegas de bancada José Hermes Damaso, Milton Néris e Lúcio Campelo, além do oposicionista Carlos Braga.
Bismarque começou seu discurso contra o projeto atacando o próprio nome da avenida: “Todos sabem que Theotônio Segurado foi um matador de índios, matador de negros, defensor da cora portuguesa. Temos que pensar duas vezes antes de dar nomes a avenidas”.
Campelo interrompeu o colega para dizer que ele estava sendo contraditório: “O senhor é contra o nome da avenida, e é contra a mudança, o senhor me desculpe mas está sendo contraditório”.
Cavalcante ataca
O vereador Aurismar Cavalcante (PP), que havia feito um discurso elogiando o projeto do prefeito - “até que enfim chega um projeto do executivo a esta Casa, que me alegra” – atacou a posição do vereador Bismarque. “O senhor está acusando o ex-governador de atos truculentos. Todo homem tem seus erros e acertos. Agora o senhor mesmo já me disse que invadiu terras com os companheiros do seu movimento, quando mataram 40 bois do fazendeiro que estavam ali”, acusou.
Bismarque disse que vai medir mais suas palavras nos bastidores, para que não sejam usadas contra ele próprio em plenário. “Daqui há pouco estarei sendo preso por coisas que eu disse ao senhor em outro momento, e o senhor vem repetir aqui. Invadimos sim, terras do ex-governador Ary Valadão, que eram patrimônio do povo. O povo tava com fome, o gado tava lá”, justificou.
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