Câmara mantém apoio à Raul às vésperas do fim: prefeito soube manter vereadores

A sessão desta quarta-feira, 1, na Câmara Municipal de Palmas é um retrato bem claro de como está o jogo de forças no legislativo da capital há seis meses do fim do mandato do prefeito Raul.

O momento, todos sabem, não é dos melhores para o prefeito desde a exposição pelo Fantástico e depois pelo Jornal Nacional daquele vídeo com o então candidato a prefeito de Palmas e Carlinhos Cachoeira.


No auge da indignação provocada pela repercussão do vídeo nas redes sociais, veio o depoimento de Raul na CPI. A célebre frase: “tive a infelicidade de ser filmado” provocou nova reação.


Foi neste cenário que o vereador Fernando Rezende, do Democratas, anunciou que proporia o impeachment do prefeito petista.


Hoje, quando o legislativo voltou a se reunir, o requerimento foi de fato apresentado, mas com apenas uma assinatura. Nem a oposição – formada por Cavalcante, Cirlene Pugliese e Valdemar Jr. -  assinou o documento. Houvessem estas quatro assinaturas, e a CPI por força regimental, teria que ser instalada.


Foi quatro assinaturas que Cavalcante movimentou a mídia toda em torno dos seus questionamentos à Carlos Amastha pela construção do shopping em área de impacto ambiental. Ainda que a Câmara tivesse aprovado todas as alterações que foram feitas na Lei de Uso do Solo para permitir a construção.


Oposição sempre foi minoria

 

 

O fato é que a oposição a Raul na Câmara Municipal ainda é pífia. Dela não participa por exemplo, Lúcio Campelo, do PR. Embora anunciando que não apoiará Luana Ribeiro por se sentir preterido em situações internas do partido, é difícil vermos Campelo se voltando contra Raul. A relação entre ele e a base do prefeito precisaria “azedar”muito para que isto ocorresse.


Na verdade, Raul desde o começo de seu segundo mandato soube tratar bem seus vereadores. Cumpriu o compromisso com Wanderlei de torna-lo presidente da Casa. Acolheu José do Lago Folha Filho e Divina Márcia em sua base. Concedeu participação aos vereadores em todas as fatias de poder que pode. Quem não indicou seus companheiros para cargos de confiançaa que atire a primeira pedra.


É por isto que neste final de mandato, Raul pode perder o respeito dos formadores de opinião. Pode formalizar um divórcio comm os setores da imprensa que sempre lhe foram simpáticos. Pode até sumir dos holofotes por estar numa má fase. Mas dificilmente perderá os vereadores.


Até porque os que são de sua base, precisam manter o discurso para lutar pela reeleição.

 

É por estas e outras que Rezende protocolou solitário seu requerimento de abertura de CPI. Uns o acusam de tentar se promover, porque faltaria tempo hábil para instalar uma CPI e fazê-la trabalhar em pleno período eleitoral. Independente da promoção ou não que a atitude lhe renda uma coisa é certa: fez a sua parte.


Aliás, o relacionamento de vereadores de oposição com o prefeito pode ter melhorado em alguns momentos da convivência ao longo dos últimos quatro anos. Mas se dois começaram e vão terminar o mandato na oposição, seus nomes são justamente Aurismar Cavalcante e Fernando Rezende.


A Câmara neste fim de mandato assume o ônus e o bônus de ter sido aliada do prefeito. E para o bem ou para o mal, vai até o fim com ele. Ou quase até o fim. Aguardem o que será deste grupo depois das eleições. Afinal mais que pelo poder, os homens são movidos pela expectativa de poder. E Raul, como se sabe, está em contagem regressiva para deixar o Paço.

 

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