Uma meia polêmica, sem pé e sem cabeça está instalada em torno do aluguel de um novo prédio pela Câmara Municipal de Palmas.
Polêmica do pé quebrado, afinal, trata-se de uma necessidade do Poder Legislativo Municipal as novas acomodações.
Quando o ex-prefeito Carlos Amastha locou o prédio da JK, para dar ares de modernidade e melhores acomodações às pastas que acompanharam seu então gabinete para o local, foi chiadeira parecida com esta. No entanto, com maiores proporções já que o dono do imóvel era o mesmo dono da Miracema, empresa de transporte coletivo.
O tempo mostrou que o negócio foi muito bom, mas para a prefeitura Municipal de Palmas.
Há um certo provincianismo e uma dose de preconceito em querer que a Câmara fique no prédio em que está. Uma instalação precária e que já rendeu muita dor de cabeça. Seja por que o aluguel desde a primeira contratação era algo estratosférico, na relação custo benefício, seja porque houve vários problemas com o prédio atual ao longo dos últimos anos. O de acessibilidade para deficientes, entre eles.
Agora, ganhando mais espaço, num prédio novo, com dois elevadores e que deverá passar por alterações na planta original para abrigar plenário e toda a lógica de funcionamento da Casa (já que não foi construído para isso), questiona-se o preço.
E por que motivo? Está acima do valor de mercado? Não.
Ah, mas tinha que licitar.
Hello, licitar aluguel? Quantos prédios com as mesmas condições temos em Palmas?
É a mania de bombardear tudo sem olhar antes do que se trata.
Por outro lado, vi o questionamento de que o prédio pertence a um empresário que é dono de copiadoras.
Qual o problema?
O que tem acontecido em Palmas é uma espécie de “inveja do rico”.
Quem sobe na vida empresarialmente e fica bem, na vida privada, acaba alvo de todo tipo de questionamento. Se galgou melhor situação financeira, apontam, “tem que ter alguma coisa errada”.
Abre parênteses.
A mera suspeita de irregularidade, no caso do grupo Exata, lançada naquele famoso áudio que circulou em quatrocentos grupos falando de esquema no PlanSaúde, não é motivo para linchamento público de ninguém.
Até por que, inquirido judicialmente, o médico, autor da prosa com o blogueiro, justificou-se, sem apresentar nada que comprovasse o que disse, com o argumento de que tratava-se “de uma conversa privada”. Resumindo: uma conversa entre amigos.
A conversa desdobrou-se em vários procedimentos, uma vez que todos os órgãos de fiscalização e controle com alguma ligação com o caso, foram provocados pelo Sisepe (Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantinse" por entes políticos.
O PlanSaúde e seu funcionamento são um caso de inegável interesse público. Deve ser esclarecido e satisfações prestadas à comunidade.
Agora, punir antecipadamente empresários bombardeados na conversa de comadres, impedindo-os, pela régua do medo e do preconceito de seguirem contratando e se relacionando legalmente com órgãos públicos é dessas coisas descabidas, sem nenhuma sustentação jurídica.
Fecha parênteses.
O que a Câmara Municipal já tinha que ter conquistado, ao longo desses quase 30 anos de Palmas, é sua sede própria.
Sobre este assunto acompanho o desenrolar das negociações, entra prefeito, sai prefeito.
Chegaram até a sugerir a doação da sede original do Paço na Praça do Bosque para o legislativo. Um prédio antigo, que não tem a menor condição de instalar a Casa, e que deve ser tombado, pois é palco da história da nossa Capital.
Ainda bem que a idéia foi abortada a tempo.
O dever de casa dos vereadores nesta e na próxima legislação é fazer caixa para construir a sede. Área para isto o município tem. Com a capacidade financeira de pagar, garantida pelos repasses constitucionais, o que a Casa está precisando é de um presidente que enfrente a demanda e assuma o projeto. Lógico, apoiado pelo conjunto dos seus pares.
Para quem acha que a Câmara não serve para nada além de votar títulos e homenagens, a hora de repensar a escolha dos seus representantes está chegando. É ano que vem.
Até lá defendo a instituição e creio que ela é o espelho da nossa sociedade. Temos representantes de segmentos. E diversos matizes da nossa comunidade que não estão representados. A oportunidade de melhorar a qualidade vem aí, mas até lá, quem está eleito é legítimo e a sede do poder pertence à comunidade.
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