Ciro Nogueira fortalece Robertinho e derruba restrição de Amastha a Kátia

Amigos, a reunião do PP em Brasília ontem, terça-feira, 4, derrubou qualquer restrição a alianças que fortaleçam o projeto da legenda no Tocantins de eleger um governador.

Pires, Ciro Nogueira e Botelho
Descrição: Pires, Ciro Nogueira e Botelho Crédito: Divulgação

O nome do presidente da Fieto, empresário Roberto Pires, saiu mais do que fortalecido após o encontro com Nogueira. Ele conduzirá, ao lado de Lázaro Botelho, as conversações a partir de agora quando o assunto for alianças.

 

O maior ruído era provocado pelo prefeito de Palmas, Carlos Amastha, que a princípio foi um dos maiores incentivadores para que o empresário assumisse esta candidarura. Amastha nas últimas semanas vinha claramente desmerecendo o companheiro ao dar fôlego e reforço a outros nomes, de Ataídes Oliveira a Mário Lúcio Avelar, para quem telefonou após pesquisa que fez realizar no final do ano em Palmas.

 

Pois ontem Amastha deu entrevista dizendo que iria à reunião, para a qual não listou Botelho – presidente do partido – e chegou a enviar mensagem de celular a Roberto Pires informando que tinha chegado a Brasília. Mas não foi.

 

Não é segredo para ninguém que, mais preocupado em metralhar a senadora Kátia Abreu, seu desafeto pessoal, o prefeito vinha criando embaraços também com o PMDB.

 

PMDB, aliado de muito tempo

 

O caso é que o PMDB é aliado do PP de muito tempo. Valderez Castelo Branco, foi vice de Gaguim em 2010. Em 2012, Marcelo Miranda, pré-candidato a governador divergiu do PMDB e apoiou Valderez, apesar da legenda ter feito acordo com Dimas para lançar Elenil e depois Fraudineis a vice.

 

De uma fonte do PP, ouvi: “como é que pode a gente fechar a porta para uma aliança com um partido como o PMDB? Não se trata nem da senadora. Isso é uma questão pessoal dele, que não pode ficar tomando o lugar da discussão principal que é o projeto do partido”.

 

O fato é que não indo a reunião, seja lá por que motivo for, Amastha deixou o bonde passar e perdeu a chance de defender pessoalmente seu ponto de vista. Matérias de portais e de jornais é que abasteceram a discussão na ausência do prefeito.

 

Sem deixar 2018 atropelar 2014

 

O caso é que, decisão tomada e referendada pela Nacional, acabou o disse que me disse dentro do PP. O prefeito termina isolado na sua posição e poderá sofrer sanções se continuar a se posicionar de forma que prejudique o projeto do partido de eleger Pires.

 

O que parece estar ficando claro e não só dentro do PP, é que os prefeitos -  e aí Carlos Amastha não é o único – estão fazendo de 2014 seu palanque para 2018.

 

Nesta tese, bom candidato é o que não puder ser candidato a reeleição. Tanto Ronaldo Dimas, quanto Laurez Moreira e Carlos Amastha sonham com a perspectiva de uma candidatura a governo do Estado.

 

No caso de Amastha, ao governo ou ao Senado, onde estaria mais próximo seu grande sonho, que é ser Embaixador.

 

A questão é que o PP tem a percepção de que um projeto não pode se sobrepor ao outro.

 

PT também enfrenta divergências internas

 

O PT, outro braço forte deste grupo de oposição, também vive seus dilemas. De um lado, Donizeti Nogueira e seu grupo são radicalmente contra aliança com o PMDB que envolva Kátia Abreu. Já o prefeito de Colinas, José Santana, pensa diferente e tem discurso mais leve.

 

É o caso também de Paulo Mourão, que é um bom quadro do partido e pode buscar viabilizar vaga na majoritária num cenário de composição mais ampla.

 

Pano rápido.

 

Um líder do PT na capital esteve dia destes com Marcelo Miranda em sua casa (que aliás virou ponto de romaria) para falar de política e saiu comentando, impressionado com o que ouviu.

 

Depois de muita conversa o petista saiu-se com esta: “pois é, Marcelo, a gente tá disposto a te apoiar, só não aceitamos a Kátia”.

 

Miranda respondeu: “Você já foi candidato? Quantos votos você teve?”. Diante da resposta, prosseguiu: “pois é, eu estava na ante-sala do vice-presidente da República quando meu telefone tocou. Fui convidado a receber a senadora que estava ingressando no partido trazida pelas mãos da presidente Dilma...”

 

O petista retrucou: “mas isso é a Dilma”. Marcelo respondeu: “A Dilma não. O Lula também fez alianças. Como você acha que ele se elegeu? Vocês têm que parar com isso, que a Kátia não. A Kátia sim”.

 

O rapaz foi embora  assombrado com o tom e a sinceridade.

 

Se outras barreiras vão cair, ou se erguer, o tempo dirá. Mas a do PP caiu ontem, apesar de Amastha.

 

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