Com comissão interventora valendo, Reis movimenta PMDB local sem a presidente

Num ano difícil, em que o Tocantins precisa de toda ajuda possível para sair do fundo do poço da má gestão, o PMDB ensaia divergências desnecessárias e extemporâneas...

Kátia, Osvaldo Reis e Marcelo Miranda
Descrição: Kátia, Osvaldo Reis e Marcelo Miranda Crédito: Bonifácio/T1Notícias

O PMDB, desarticulado no Estado desde o final das eleições, ocorridas em outubro passado, dá sinais de que quer começar a movimentar-se, com a informação que já corre na praça de que o ex-deputado Osvaldo Reis articula reunião, ao lado de Leomar Quintanilha, para esta semana.

 

O objetivo, discutir a reorganização do partido, é preemente, afinal a legenda tem uma ministra, o governador do Estado, bancada forte de deputados federais, mais os estaduais e retomou o comando administrativo do Estado, após muita luta e divisão interna.

 

O problema que já se desenha, no entanto, parece ser a forma, pouco diplomática da convocação. Se política é a arte de conversar, pode ser que peemedebistas estremecidos por diferenças que não são partidárias, estejam pecando pela falta de jogo de cintura.

 

É o que se depreende da movimentação já que a Comissão Interventora nomeada pela Executiva Nacional, sob a presidência da senadora e agora ministra, Kátia Abreu, está válida. Diferente do que chegou a ser informado, ela não tinha prazo para perder poderes ao final do processo eleitoral.

 

Conforme o estatuto do partido, a Comissão vale até que em nova reunião da Nacional reavalie o assunto, ou valide uma comissão provisória.

 

Envolvida no cenário político nacional e à frente do Ministério da Agricultura, é possível que Kátia Abreu não tenha interesse em permanecer à frente do comando do partido no Tocantins. O que não quer dizer que vá abrir mão dele sem garantir seu espaço, para lá na frente, ter novamente que enfrentar uma briga por legenda, se for o caso.

 

A reunião que Reis convoca para esta semana, quando a Ministra está em Portugal, sem combinar com ela, ou mesmo pedir que ela convocasse para abrir as discussões, marca uma postura que pode gerar desconforto na legenda. E caminhar novamente para disputa interna de grupos, como ocorreu recentemente envolvendo Júnior Coimbra.

 

A diferença é que agora o PMDB é poder, de novo. No Araguaia e em Brasília, o partido ocupa espaços importantes. A próxima eleição é municipal e não há divergência em torno do objetivo maior, que é fortalecer o partido nas bases.

 

Por tudo isso, soou estranha a movimentação de Reis, isolada de Kátia Abreu. Acrescida da informação que vai hoje nas páginas do T1, de que o ex-deputado, anunciado secretário de Representação, refluiu da intenção de ficar em Brasília para retornar ao Estado e ‘cuidar do partido’.

 

Nos bastidores o que já vai se desenhando é que Reis seria o braço do Araguaia para tomar o comando de Kátia Abreu, entregue pela Nacional, lá atras, quando Miranda ainda buscava o mandato.

 

A se alimentar tanta animosidade interna, peemedebistas estariam servindo prato cheio à oposição, que nada mais tem a fazer, a não ser assistir de braços cruzados aos próximos capítulos de uma interminável novela.

 

Sem eleição, 2015 é ano de trabalhar. Pelo menos é o que a população espera, após eleger seus principais representantes na mesma chapa.

 

E os problemas do Tocantins são tão grandes, que não deveriam permitir gasto de energia com outra coisa, que não trabalhar para encontrar saídas.

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