Com Kátia, Ataídes e Amastha, nasce Frente pró Dilma, mas diferenças permanecem

Enquanto os governistas duplicam palanques para acomodar os candidatos Aécio Neves, do PSDB e Eduardo Campos, do PSB, oposicionistas de diferentes matizes começaram articulação numa frente Pró-Dilma

Dilma: divergentes se aliam em torno dela no TO
Descrição: Dilma: divergentes se aliam em torno dela no TO Crédito: Divulgação

Separados por divergências pontuais de discurso e de pregação política, vem aí uma união atípica que promete colocar num mesmo movimento, a Frente Pró Dilma no Tocantins, da senadora Kátia Abreu(PMDB), ao prefeito de Palmas, Carlos Amastha(PP).

 

Independente de em que palanque estejam na disputa regional pelo governo e Senado, Kátia Abreu e o senador Ataídes Oliveira(PROS), por exemplo, estarão juntos no movimento em busca de votos para a presidente Dilma Roussef a partir do final do mês.

 

Que ações serão desencadeadas, como o trabalho será coordenado, e principalmente se haverá um palanque único para a vinda de Dilma ao Tocantins durante a campanha, são temas que entraram em discussão numa primeira reunião ocorrida na sexta-feira passada em Palmas, entre Kátia, Amastha e seu staff. A eles deve se juntar o PT de Júlio César, Paulo Mourão e Donizeti.

 

“Acredito que precisamos trabalhar para garantir que a presidente Dilma tenha o apoio necessário para sua reeleição. Será uma eleição dura, e nós que apoiamos o trabalho dela no Tocantins, não podemos cruzar os braços”, tem dito a senadora nos bastidores.

 

Semana de definições para Amastha

 

Tocando candidatura própria, o senador Ataídes Oliveira recebeu no apoio do PC do B semana passada, um sinal de que nem todos os que acompanham o prefeito da capital, Carlos Amastha, seguirão com o governo. É o caso do PSL, por exemplo, que já está em conversação avançada com interlocutores do Palácio.

 

A indefinição de Amastha em anunciar apoio a Sandoval ou a quem quer que seja está fazendo com que os partidos ligados ao Paço se dispersem.

 

A semana no entanto é de definições para o prefeito da Capital, que começou a semana anunciando isto no seu perfil do Twitter. 

 

O movimento de Lázaro Botelho e Roberto Pires rumo à candidatura governista deixou o prefeito no contrapé, embora ele mesmo tivesse dado sinais de que poderia caminhar neste sentido.

 

Siqueira na chapa complica

 

A  presença do ex-governador Siqueira Campos na chapa como candidato a Senador -  ora desmentida, ora confirmada por seus aliados -  é um fator complicador para o prefeito da capital, que elegeu-se com discurso agressivo contra a “velha política”.

 

À época não poupou críticas a Siqueira, Eduardo, Kátia e Marcelo Lélis. O tempo passou, e o Amastha prefeito aproximou-se de quem foi preciso para fazer seu trabalho render no Paço.

 

Na hora do voto no entanto, o eleitor pode não entender a aproximação daqueles a quem combateu. Embora tanto Kátia quanto Lélis tenham seguido caminho de rompimento com o Palácio, o prefeito pode caminhar rumo ao palanque do senador Ataídes Oliveira nos próximos dias.

 

Não seria estranho, já que suas declarações no início da pré-campanha chegaram até a gerar constrangimentos no PP, seu partido, que defendia Robertinho. E assim, raciocinam aliados de Amastha, escaparia da contradição no discurso tão pouco tempo depois da sua eleição.

 

De olho em 2016

 

Voltando ao começo, todos juntos Pró-Dilma não deve significar no entanto, união dos diferentes em torno do mesmo candidato para esta eleição de outubro.

 

Incontestável no entanto, que nesta aproximação e destas articulações de agora, nascem possibilidades para formação de novos grupos com o objetivo de 2016.

 

Na busca por apoios agora, governadoriáveis negociam por exemplo, contrapartida de apoios para as campanhas à prefeitura da capital. E não só eles. Os laços que se formam agora, as dobradinhas entre estaduais e federais, os apoios para o Senado, tudo é feito com um olhar no agora e outro no futuro.

 

A semana é de definições não só para Amastha, mas também para as oposições.

 

Esvaziada a ala palaciana do PMDB, ainda resta a Marcelo Miranda convencer os que não acreditam que ele consiga ser candidato até o fim do processo eleitoral. Ou que sendo, consiga vencer e tomar posse.

 

O PV, que optou pelo PT, aguarda para ver a aliança se concretizar. O Prós ainda busca o PV.

 

O PMDB, corteja os três para tentar compor uma chapa só.

 

Como se vê, até para “Santa Dilma” está difícil pacificar seus aliados no Tocantins. Por isso, mesmo com toda boa vontade, pode ser que seus aliados no Estado façam mais por ela, do que ela por eles nesta eleição.

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